segunda-feira, 31 de maio de 2010

Drops - Maio

Enquete do Noblat

Pobre Noblat fez uma enquete perguntando “Quando Dilma ultrapassará Serra nas pesquisas de intenção de voto?”. A maioria dos leitores respondeu “não ultrapassará Serra”. Acachapantes 76%. Serra, no Blog do Noblat, reúne uma maioria expressiva, em níveis lulistas! As outras opções de resposta da enquete (junho, depois da Copa e em agostos) tiveram votação magra. O irônico é que a resposta estritamente correta – maio (segundo, Vox Populi e Sensus) – sequer constava na enquete do Noblat. Triste, né? Eu não sei se eu sinto mais pena do blogueiro ou da claque tucana que o lê. Agora, Noblat tem outra enquete no ar: “O que mostrará a próxima rodada de pesquisas para presidente da República?”. Vence a alternativa “Serra abrindo nova vantagem sobre Dilma”. Tragicômico.

Só versões, nada de fatos

Eu sei que tá ficando sem graça eu comentar sempre sobre o Fatos e Versões, mas os jornalistas - público que participa do programa – não param de falar besteiras. Na edição do último sábado, Raimundo Costa, do Valor Econômico, afirmou que Dilma “tem se submetido a um intenso treinamento, sobretudo para domar o temperamento.” Segundo o jornalista, teme-se que aconteça com ela o que já aconteceu com Ciro Gomes: perca a paciência com o eleitor, seja arrogante e “jogue por terra o trabalho que foi feito até agora”. Para Cristiana Lôbo, Dilma está absolutamente monitorada, para não acontecer um “curto-circuito” e "aquilo desmoronar". “Um curto-circuito que venha a comprovar tudo o que se diz hoje sobre ela”, complementou o Raimundo Costa. Para os jornalistas, a essência (?) da Dilma é agressiva e até agora ela tem sido “controlada”. Insinuar que a Dilma tenha este nível de falsidade e artificialidade é também insinuar que quem vota nela é tolo, está sendo enganado. O mais chocante é que o Serra tem feito tudo isso! Em várias oportunidades deu patadas destemperadas em colegas jornalistas. Mas ainda recai principalmente sobre a petista, a pecha de intratável.

Chico Buarque

Chico Buarque concedeu uma entrevista à publicação européia Brazuka. Falou sobre política. Disse que não vê muita diferença entre um suposto Governo Dilma ou um suposto Governo Serra. Mas declarou voto na petista: “Não sou do PT, nunca fui ligado ao PT. Ligado de certa forma, sim, pois conheço o Lula mesmo antes de existir o PT, na época do movimento metalúrgico, das primeiras greves. Naquela época nós tínhamos uma participação política muito mais firme e necessária do que hoje. Eu confesso, vou votar na Dilma porque é a candidata do Lula e eu gosto do Lula. Mas, a Dilma ou o Serra, não haveria muita diferença”. Da entrevista, destaco a observação do Chico Buarque sobre a cobertura jornalística dos temas políticos: “Nem sempre é injusto (ataques da mídia ao Lula), não há uma caça às bruxas. Mas há uma má vontade com o governo Lula que não existia no governo anterior”. Um tema delicado, espinhoso e traiçoeiro. Pra um artista da dimensão do Chico afirmar o que afirmou, é porque o nível de desequilíbrio partidário na cobertura dos principais veículos atingiu um nível realmente incontornável. Não é todo mundo que percebe ou admite, pode ser confuso achar um nome para este tipo de jornalismo, mas a “má vontade” da grande mídia para com o PT está cada vez mais descarada e evidente.



Um comentário:

  1. Do jeito que falam, parece que a Dilma está sendo treinada para servir como espiã em algum território inimigo imaginário. Domar o temperamento, controlar os instintos, não entrar em curto-circuito... E o Serra seria o agente que não tá aguentando a pressão, hehe

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