sábado, 31 de outubro de 2009

Especial Eleições 2010 - Possibilidades (Norte / Centro-Oeste)






CAMPO GOVERNISTA
Ana Júlia Carepa – PT (atual governadora)
+
Jader Barbalho – PMDB (deputado federal)

CAMPO OPOSICIONISTA
Simão Jatene – PSDB (ex-governador)
ou
Mário Couto – PSDB (senador)

Ana Julia terá dificuldade na busca pela reeleição, pois pode enfrentar dois candidatos muito fortes. Jader ainda pode ser dissuadido da disputa pelo executivo, disputando o Senado – ou mesmo a Câmara, em que teria eleição garantida. Entretanto, pesquisas para consulta interna de alguns partidos apontam Jader como líder nas preferências para o Governo. Ainda que estas pesquisas tenham validade, a rejeição ao cacique PMDBista é enorme, especialmente na capital, Belém. Isto pode inviabilizar a corrida de Jader por um cargo mais importante. Experiente, o deputado não desconsidera esta realidade, e pode abrir mão da candidatura ao executivo. Neste caso, o mais provável é que o PMDB apóie a governadora Ana Júlia. Do lado da oposição, os tucanos estão em clima de verdadeira guerra, para decidir entre o ex-governador Simão Jatene e o Senador Mário Couto. Almir Gabriel,
espécie de cardeal e primeiro governador do PSDB, trabalha fortemente por Couto. Este clima de disputa interna deve permanecer no ninho tucano paraense por mais um bom tempo. E não é possível descartar totalmente uma candidatura própria do DEM, no estado. Valéria Pires Franco seria o nome dos DEMocratas. Entretanto, o mais provável é que os dois partidos oposicionistas caminhem juntos.

Senado: Jader, caso não dispute o Governo, pode disputar o Senado. Pelo PT, o deputado federal Paulo Rocha, provavelmente buscará tornar-se Senador. Pela oposição, caso Mário Couto seja o candidato ao executivo, Jatene pode tentar o Senado. Valéria, que dificilmente buscará o Governo, também pode entrar nesta disputar.





CAMPO GOVERNISTA
Alfredo Nascimento – PR (senador e Ministro dos Transportes)
+
Omar Aziz – PMN (atual vice-governador)

CAMPO OPOSICIONISTA
Serafim Corrêa – PSB (ex-prefeito de Manaus)

O Governador Eduardo Braga, do PMDB, buscará fazer um sucessor. O candidato pode ser o Ministro dos Transportes e Senador licenciado, Alfredo Nascimento, do PR. O Planalto Central trabalha por esta candidatura. Hoje, o Ministro tem um bom desempenho nas pesquisas, apesar de não liderar. O desempenho do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, é superior, mas Amazonino já declarou que não disputará o governo, e que considera Alfredo preparado para administrar o Amazonas. Considerando as popularidades do prefeito, do Governador e de Lula, no Amazonas, Alfredo teria grande potencial. Entretanto,o prefeito Amazonino é imprevisível; e muitos afirmam que o próprio Governador pode abandonar o Ministro e lançar o seu vice, Omar Aziz, do PMN. Neste caso, Alfredo Nascimento ficará bastante dependente do PT, para aumentar seu tempo de televisão e viabilizar-se. O destino dos petistas dependerá de quem vencer as eleições internas para o diretório estadual, que acontecem em novembro. Uma ala do PT prefere caminhar com o PMDB, mesmo que o candidato seja o vice-governador, outra ala está mais alinhada com o Ministro do PR, conforme preferência do Governo Federal. PSDB / DEM / PPS estarão do lado oposto para oferecer uma alternativa ao Governo do estado e levantar um palanque para Serra. Entretanto, estes três partidos não contam com um nome de peso para a disputa. Por isso, o candidato da oposição pode ser o ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa, que é do PSB. Especula-se também que o Governador Eduardo Braga pode entrar em um acordo com Serra. Assim, PSDB / DEM / PPS fechariam com o vice-governador, Omar Aziz, que apoiaria o presidenciável tucano. Na minha avaliação, esta possibilidade é remota.

Senado: Eduardo Braga será mais um governador a tentar o Senado, é o líder das pesquisas e deve ter uma vitória tranqüila. Arthur Virgilio Neto, líder do PSDB, buscará a reeleição. Estes são os grandes favoritos para as duas vagas, até agora. Mas a deputada federal pelo PC do B, Vanessa Grazziotin, também almeja o Senado, e tem um desempenho razoável nas pesquisas, próximo ao desempenho do tucano. Se a deputada conseguir articular sua candidatura entre grandes partidos, pode acirrar a disputa. Entretanto, como o PC do B é um partido menor, pode ser que outras legendas fiquem com as vagas das chapas com maior potencial.





CAMPO GOVERNISTA
Agnelo Queiroz – PT (ex-deputado federal, ex-Ministro dos Esportes)
+
Gim Argello – PTB (senador)

CAMPO OPOSICIONISTA
José Roberto Arruda – DEM (atual governador)
+
Joaquim Roriz – PSC (ex-governador, ex-senador)

Arruda governa o Distrito Federal sem maiores turbulências, e é o grande favorito para 2010. A preço de hoje, o ex-PMDBista Roriz é quem ainda consegue fazer frente ao favoritismo do governador. Entretanto, o
cacique trocou a maior legenda brasileira pelo nanico PSC, depois que o PMDB do DF passou a mostrar maior fidelidade a Arruda. Isto tem implicação direta no tempo de televisão de Roriz. Claro que o futuro candidato pelo PSC tem um grande reduto eleitoral, e uma força política que independe do partido, mas o espaço nas grandes mídias tem determinado os desempenhos dos candidatos. Por isso, acredito que a candidatura de Roriz, ainda que comece por cima, tenderá a minguar durante a disputa. Assim, se o candidato do PT não conseguir crescer, pode ser que Arruda feche a conta no primeiro turno.

Senado: O Senador Cristovam Buarque, do PDT, disputará a reeleição, e pode compor tanto a chapa do Governador DEMocrata, quanto a dos petistas. O deputado Tadeu Filippelli, do PMDB, um dos maiores responsáveis pela “traição” a Roriz, pode disputar o Senado, apesar de que seu nome também é cogitado para vice de Arruda. Quadros do DEM, como o do Senador Adelmir Santana e do deputado distrital Alberto Fraga, também têm interesse na vaga. Pelo PT, o deputado federal Geraldo Magela deve entrar na disputa.





CAMPO GOVERNISTA
Íris Rezende – PMDB (atual prefeito de Goiânia)
+
Alcides Rodrigues – PP (atual governador)

CAMPO OPOSICIONISTA
Marconi Perillo – PSDB (senador, ex-governador)

O atual governador, do PP, está unindo forças com o prefeito de Goiânia e ex-governador, Íris Rezende, do PMDB, para derrotar o tucano Marconi Perillo.
Alguns apostam até na possibilidade de o governador abrir mão da sua reeleição para apoiar Íris Rezende já no primeiro turno. Atualmente, Perillo, que governou Goiás de 1998 a 2006, figura como favorito na disputa.

Senado: Os três senadores de Goiás são do Campo Oposicionista. Um deles é Marconi Perillo, os outros dois são Demóstenes Torres, do DEM, e Lúcia Vânia, do PSDB, que buscarão a reeleição. São os favoritos neste momento. O Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também disputará o Senado, pelo PMDB.

Especial Eleições 2010 - Possibilidades (Nordeste)






CAMPO GOVERNISTA
Cid Gomes – PSB (atual governador)

CAMPO OPOSICIONISTA
Tasso Jereissati – PSDB (senador)
ou
Alexandre Pereira – PPS (empresário)

A eleição no Ceará está entre as mais previsíveis. Cid Gomes não enfrentará maiores dificuldades para se reeleger. Até mesmo porque não há nome na oposição com o mínimo de envergadura política para fazer frente ao Governador. Os adversários que Cid enfrentará surgirão muito mais pela necessidade de palanques para os candidatos à presidência, do que por um real movimento oposicionista. Cid tem na sua base aliada o PT, que tem o vice-governador, e o PSDB, bastante fiel ao executivo cearense. Diante disso, os tucanos só abandonarão o barco do Governador por circunstâncias externas, ou seja, pela necessidade de montar um palanque para fortalecer a candidatura de Serra no estado. Não há nomes fortes para isso. Será uma candidatura para “cumprir tabela”. Tasso Jereissati, tucano mais proeminente do Ceará, pode disputar o Governo (é quem mais tem condições de disputar com Cid), mas me parece mais provável que Tasso busque a reeleição ao Senado. Outro nome cogitado pela aliança PSDB / DEM / PPS, para disputar o executivo, é o do empresário Alexandre Pereira, do PPS. O PT sofre um dilema parecido. Se Ciro for lançado pelo PSB à presidência, claro que terá o apoio do irmão. Por isso, o PT – a contra gosto – pode ter que lançar candidato próprio para fazer o palanque de Dilma. Um nome petista cotado para esta missão é o de Ilário Marques. A maior estrela do PT no estado, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, já avisou que não disputará o Governo, por lealdade a Cid Gomes. O Ministro da Previdência, José Pimentel, também do PT, almeja o Senado. Há um coringa na sucessão cearense: o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, do PR. Pessoa dialoga com o bloco PSDB / DEM / PPS para ser o candidato de Serra; mas o PR é aliado do Governo Federal, sendo mais natural um apoio do prefeito à Dilma. Em Ciro saindo à presidência, e o PT precisando de um palanque para Dilma, poderia ocorrer uma aliança dos petistas com o candidato do PR.

Senado: O Senador Tasso Jereissati deve disputar a reeleição. O cacique tucano já foi governador do Ceará por 3 vezes, e é sempre um candidato muito forte. Entretanto, os candidatos do Governador Cid Gomes devem crescer fortemente durante a campanha. A princípio, eles são Eunício Oliveira, deputado federal pelo PMDB, e José Pimentel, do PT, Ministro da Previdência. O apoio de Cid, somado ao apoio de Lula, têm um apelo quase que invencível. O ex-governador, Lúcio Alcântara, também pode participar deste pleito. A Senadora Patrícia Saboya, do PDT, deve buscar um mandato na Câmara Federal.





CAMPO GOVERNISTA
Eduardo Campos – PSB (atual governador)

CAMPO OPOSICIONISTA
Jarbas Vasconcelos – PMDB (senador)
ou
Mendonça Filho – DEM (ex-governador)
ou
Raul Henry – PMDB (deputado federal)

Em Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, também não deve encontrar grandes dificuldades para sua reeleição. Quem pode fazer um contraponto mais forte ao Governador é o Senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB. Jarbas tem resistido à candidatura, mas a pressão para que ele dispute será grande. Na última hora, o Senador pode ceder às circunstâncias. Outros nomes que podem disputar o executivo pela oposição são: Raul Henry, do PMDB, e Mendonça Filho, do DEM. O PT, em Pernambuco, sofre o mesmo dilema que o PT do Ceará. Caso Ciro seja candidato à Presidência, é possível que os petistas tenham que levantar um palanque para Dilma. Neste caso, o nome natural seria o do ex-prefeito de Recife, João Paulo (hoje, secretário de Eduardo). Entretanto, acho este cenário improvável, pela proximidade de Eduardo com o Planalto e com o próprio João Paulo.

Senado: Considerando que o PT não disputará o Governo de Pernambuco, João Paulo deve tentar eleger-se Senador. Humberto Costa, também do PT, está trabalhando para ser o candidato do partido, mas a popularidade do ex-prefeito da capital deverá ter peso decisivo na escolha do candidato ao Senado. Assim, Humberto Costa disputa a Câmara Federal. Armando Monteiro Neto, do PTB, deputado federal e presidente da CNI, será o outro candidato ao Senado da chapa do Governador. Pela oposição, dois senadores buscarão a reeleição: Sérgio Guerra, presidente do PSDB, e Marco Maciel, do DEM. Alguns dizem que, diante do quadro desfavorável, Maciel pode buscar um mandato na Câmara. De qualquer forma, a disputa pelo Senado, em Pernambuco, será das mais acirradas e emocionantes de 2010.





CAMPO GOVERNISTA
Jacques Wagner – PT (atual governador)
+
Geddel Vieira Lima – PMDB (Ministro da Integração Nacional, deputado federal)

CAMPO OPOSICIONISTA
Paulo Souto – DEM (ex-governador)

Eleito em 2006 com o apoio do PMDB, Wagner poderá ter que enfrentar os antigos aliados. Existirão pressões dos diretórios nacionais para que Geddel apóie a reeleição do Governador petista, mas os PMDBistas baianos parecem bastante convictos da pertinência de uma candidatura própria. Lula já declarou publicamente que não concorda com a movimentação do Ministro, mas não pode impedi-lo de disputar o executivo estadual. Pela oposição, PSDB / DEM / PPS apostarão em Paulo Souto, ex-governador carlista.

Senado: Caso Geddel seja dissuadido de disputar o governo da Bahia, pode disputar o senado, pela chapa de Wagner. Como isto é improvável, os candidatos ao Senado, com o apoio do Governador, podem ser Lidice da Mata, do PSB, e Walter Pinheiro, do PT, ambos deputados federais. Como o PT já tem o principal cargo da chapa, pode ser que Walter Pinheiro dê lugar a outro partido. César Borges, do PR, tentará ser reeleito. ACM Júnior (que assumiu o cargo após a morte do seu pai) também pode buscar a reeleição.





CAMPO GOVERNISTA
Iberê Ferreira – PSB (vice-governador)
+
Robinson Faria – PMN (deputado estadual)
ou
João Maia – PP (deputado federal)

CAMPO OPOSICIONISTA
Rosalba Ciarlini – DEM (senadora)

No Rio Grande do Norte, o Campo Oposicionista já está fechado em torno do nome da Senadora Rosalba Ciarlini, que hoje é favorita. Os partidos do Campo Governista, aliados tanto de Lula quanto da Governadora Wilma de Faria – PSB, pretendem unir-se em torno de uma candidatura única, mas enfrentam dificuldade para encontrar um nome de consenso. A governadora não parece disposta a abrir mão da candidatura de seu vice, Iberê Ferreira, do mesmo partido. Mas o bloco composto por PMDB, PP e PMN - denominado Unidade Potiguar - está entre Robinson Faria e João Maia. Diante do impasse, pode ser que surja uma terceira via, ou seja, uma disputa entre uma candidata de oposição, o vice-governador buscando a reeleição (já que Wilma deixará o cargo para concorrer ao Senado) e um projeto alternativo, fruto da ruptura da base. Aqui, novamente, o cenário estadual depende muito de Ciro Gomes. Caso Ciro dispute a presidência, o natural para a Governadora será apoiar o presidenciável da sua legenda. Mas não é essa a vontade de Wilma de Faria, que precisa do apoio do PT, que aumentaria o tempo de televisão e agragaria musculatura à chapa do seu vice. Obviamente, o PT estará no palanque que faça campanha por Dilma. Caso não haja consenso entre a base da Governadora, e Ciro permaneça candidato à presidência, o palanque de Dilma poderá ser a terceira via. Com PMDB, PT, PP, dentre outros partidos, esta “terceira via” terá enorme potencial de crescimento. É tudo que a Governadora não quer.

Senado: Wilma buscará o Senado, com grandes chances. Garibaldi Alves, PMDBista, ex-presidente da Casa, buscará a reeleição, e pode ser considerado o favorito na disputa. José Agripino Maia, líder do DEM, também buscará renovação do mandato. Aqui também, a disputa pelo Senado será das mais emocionantes de 2010.

domingo, 18 de outubro de 2009

Especial Eleições 2010 - Possibilidades (Sudeste / Sul)


Estamos há um ano das próximas eleições. Em outubro de 2010 conheceremos o (a) próximo (a) presidente da república, além dos governadores dos estados, senadores, deputados estaduais e deputados federais. Nesta postagem, demonstrarei os possíveis cenários para as eleições, dividindo os candidatos entre o campo alinhado com o Governo Federal (Campo Governista) e o campo alinhado com a Oposição (Campo Oposicionista). Respectivamente, palanques de Dilma e Serra. Muita coisa ainda está indefinida, e só é possível cogitar alguns dos nomes mais importantes. Além disso, considerando a “flexibilidade” de grande parte dos políticos brasileiros, nada impede que um nome que esteja, hoje, de um lado, passe para o lado oposto sem maiores dificuldades até o dia da eleição. Estes são os cenários que vêm se desenhando, atualmente:





CAMPO GOVERNISTA
Ciro Gomes
– PSB (deputado federal, ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda, ex-ministro da Integração Nacional)
ou
Paulo Skaf – PSB (presidente da FIESP)
+
Antônio Palocci – PT (deputado federal, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda)
ou
Emídio de Souza – PT (prefeito de Osasco)

CAMPO OPOSICIONISTA
Geraldo Alckmin
– PSDB (secretário do Desenvolvimento, ex-governador)
ou
Aloysio Nunes Ferreira – PSDB (chefe da Casa Civil, ex-deputado federal, ex-vice governador)

Em São Paulo, tradicional reduto do tucanato, as eleições caminham para uma vitória tranqüila do candidato da situação. Alguns apostam em um desgaste do PSDB, depois de 4 mandatos no poder. Ainda que haja algum desgaste, eu creio que os tucanos ainda podem reunir maioria do eleitorado, para iniciar o quinto mandato. Alckmin tem um argumento bastante eloqüente para sacramentar sua candidatura: léguas de vantagem nas pesquisas de intenção de votos. Entretanto, o preferido do Governador José Serra é Aloysio Nunes Ferreira, que mal aparece nas intenções de voto. Seja partindo de um desempenho pífio ou da dianteira das pesquisas, o PSDB é o grande favorito. Aloysio é desconhecido, mas o horário eleitoral resolveria este problema. Parte do PT busca uma aliança com Ciro Gomes, o que facilitaria a vida de Dilma Rousseff e traria um nome de peso para a disputa paulista. Este movimento é liderado por petistas de peso, como José Dirceu e José Genoino. O problema é a ala do petismo que torce a cara para uma aliança com um “forasteiro eleitoral”, e pretende emplacar candidatura própria - como é do feito do PT. No caso de candidatura própria, o PT deve apostar em Antônio Palocci. Outra possibilidade é Emídio de Souza, prefeito de Osasco. Neste cenário, o PSB apresentaria o presidente da FIESP, Paulo Skaf, recém filiado.

Senado: os tucanos devem indicar o cacique PMDBista Orestes Quércia para o Senado (acordo firmado ainda em 2008, quando, por intermédio de Serra, o PMDB apoiou Kassab para a prefeitura). Se o candidato ao governo for Aloysio, Alckmin também pode disputar o Senado. Se houver espaço na chapa, pode ser que o DEM apresente Afif Domingos, secretário do Trabalho. Pela esquerda, Mercadante buscará a reeleição. Gabriel Chalita, eleito vereador no ano passado pelo PSDB, deixou os tucanos e se filiou ao PSB, de Ciro, para tentar ser Senador. Acho que Chalita tem grandes chances, pois tem penetração no eleitorado dos tucanos, e pode receber o segundo votos destes eleitores (Quércia tem forte rejeição em SP). De toda forma, pelo menos um dos candidatos ao Senado, indicado pelo Governador Serrá, será eleito. Assim, surpreendentemente, Mercadante ficaria de fora. A conferir. Outro nome cogitado para o Senado é o do vereador e apresentador Netinho de Paula, pelo PCdoB.





CAMPO GOVERNISTA
Sérgio Cabral
– PMDB (atual governador)
+
Anthony Garotinho – PR (ex-governador)
+
Lindberg Faria – PT (prefeito de Nova Iguaçu)

CAMPO OPOSICIONISTA
César Maia
– DEM (ex-prefeito do Rio de Janeiro)
ou
Fernando Gabeira – PV (deputado federal)
ou
José Camilo Zito - PSDB (prefeito de Duque de Caxias)
ou
Ronaldo Cezar Coelho - DEM (ex-deputado federal)

O Governador Sérgio Cabral, fortalecido pela escolha do Rio para as Olimpíadas, tem boas chances de ser reeleito. A vida do governador seria bastante facilitada se o PT apoiasse sua reeleição. Acontece que o petista Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu, vive comprando brigas com Sérgio Cabral, e insiste na candidatura própria. O PT fará convenção em novembro, para escolher o presidente do diretório estadual. Dependendo de quem o PT escolher, saberemos o destino do partido em 2010, no Rio. Garotinho já é candidato ao Governo, pelo PR, e apoiará Dilma Rousseff. É o presidenciável tucano quem terá problemas para montar seu palanque neste estado. Gabeira, que seria o palanque natural da oposição no Rio, foi surpreendido pela filiação de Marina Silva ao seu partido. Agora, Gabeira pode ser candidato ao Governo apoiando dois candidatos à presidência. Mas, diante deste impasse, o deputado verde está inclinado a disputar o Senado. Serra poderá ter que bater na porta de César Maia, do DEM, para ter seu palanque carioca. Outros nomes cogitados pela oposição são o do prefeito de Duque de Caxias, pelo PSDB, José Camilo Zito; e o do empresário Ronaldo Cezar Coelho, do DEM.

Senado: Pelo Campo Governista, o senador Marcelo Crivella disputa a reeleição pelo PRB. Benedita da Silva, do PT, secretária do Desenvolvimento Social, também deve disputar o Senado. As chances da petista aumentam muito se ela estiver na chapa do Governador Sérgio Cabral. O PMDB deve lançar o deputado federal Leonardo Picciani para Senador. Pelo Campo Oposicionista, Gabeira deve ser candidato. Outras possibilidades são o próprio César Maia (se não disputar o Governo), e Denise Frossard, do PPS. Estes são apenas os nomes mais importantes.





CAMPO GOVERNISTA
Fernando Pimentel
– PT (ex-prefeito de Belo Horizonte)
ou
Patrus Ananias – PT (Ministro do Desenvolvimento Social, ex-prefeito de Belo Horizonte)
+
Hélio Costa – PMDB (Ministro das Comunicações, senador)

CAMPO OPOSICIONISTA
Antônio Anastasia
– PSDB (atual vice-govermador)

Em Minas, o PT está dividido entre o Ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel. Pimentel enfrenta alguma resistência no PT por ter se aliado a Aécio nas eleições municipais do ano passado, em que a controversa aliança elegeu Márcio Lacerda, do PSB, prefeito de BH. Provavelmente, os petistas mineiros terão de enfrentar prévias para escolher seu candidato. As lideranças nacionais do PT e do PMDB gostariam de ver estes partidos unidos em Minas, mas é muito difícil que isto aconteça, visto que nenhum dos lados quer ceder a cabeça de chapa. Se Patrus for o candidato do PT, Hélio Costa poderia cogitar sair da disputa. Com Pimentel, o diálogo é mais truncado. De qualquer forma, é difícil que Hélio Costa ceda, em função da grande vantagem que o Ministro apresenta nas pesquisas. Pelo PSDB, Antônio Anastasia é “a Dilma do Governador Aécio”. Com perfil mais técnico e desconhecido pela população, o vice-governador terá ao seu favor a grande aprovação da gestão mineira, e deve crescer bastante durante a campanha.

Senado: Aécio já está eleito Senador por Minas Gerais. O Senador Eduardo Azeredo, também do PSDB, sofreu desgaste com o caso do Mensalão mineiro, e pode disputar a câmara federal, em 2010. Até porque dificilmente os tucanos ficarão com as três vagas principais da chapa. Ao lado de Aécio, o ex-presidente Itamar Franco pode disputar o Senado, pelo PPS. Pelo PT, se Pimentel não for o candidato ao Governo poderá concorrer a uma das vagas de Senador. Patrus já declarou que só tem interesse na disputa pelo executivo. O suplente de Hélio Costa, Wellington Dias, desta vez, pode participar da disputa como titular. Outros nomes surgirão na disputa pelo Senado mineiro.





CAMPO GOVERNISTA
Tarso Genro
– PT (Ministro da Justiça, ex-prefeito de Porto Alegre)
+
Beto Albuquerque – PSB (deputado federal)


CAMPO OPOSICIONISTA
Yeda Crusius – PSDB (atual governadora)
+
José Fogaça – PMDB (prefeito de Porto Alegre)
ou
Germano Rigotto – PMDB (ex-governador)

A primeira dificuldade aqui é tentar identificar se o candidato do PMDB (seja Rigotto ou Fogaça) estará no Campo Governista ou Oposicionista. Os PMDBistas gaúchos são anti-petistas tradicionais, mas em função do acordo das cúpulas partidárias, em nível nacional, pode ser que Fogaça ou Rigotto apóie Dilma. Neste caso, Serra ficará em situação extremamente difícil no Rio Grande do Sul, pois só restará ao presidenciável tucano a barca furada de Yeda Crusius. Os candidatos do PMDB aparecem em segundo lugar nas pesquisas, com desempenhos muito parecidos. Tarso Genro, do PT, vem liderando as intenções de voto, mas o Ministro da Justiça enfrentará grande dificuldade no segundo turno, pois eleitores do PMDB e do PSDB devem se unir para impedir a vitória do petista. Se Beto Albuquerque, do PSB, hoje com fraco desempenho nas pesquisas, conseguir reunir um bom numero de partidos em torno de sua candidatura, terá grande potencial de crescimento. A candidatura do socialista no Rio Grande do Sul está fortemente vinculada à candidatura de Ciro, do mesmo partido. Se o presidenciável do PSB insistir em permanecer na disputa nacional, Beto deve levantar o palanque da legenda no estado.

Senado: Os principais candidatos ao Senado, pelo RS, são Sérgio Zambiasi, do PTB, Paulo Paim, do PT, e Germano Rigotto, do PMDB (caso o candidato a Governador seja Fogaça). No caso de Rigotto disputar o executivo, é improvável que Fogaça deixe a prefeitura da capital.





CAMPO GOVERNISTA
Osmar Dias
– PDT (senador)
+
Orlando Pessuti – PMDB (atual vice-governador)

CAMPO OPOSICIONISTA
Beto Richa
– PSDB (prefeito de Curitiba)

No Paraná, o PT trabalha para compor com Osmar Dias, por avaliar que este seria um forte palanque para Dilma. Para isso, os petistas precisarão romper a aliança que mantêm com o Governador Roberto Requião, do PMDB. O Governador paranaense pretende eleger o seu vice, Orlando Pessuti, e contava com o apoio do PT. O problema é que, enquanto Osmar Dias disputa a ponta das pesquisa com Beto Richa, o vice-governador tem desempenho bastante fraco. Há ameaças de que o PMDB do Paraná apóie Serra, caso os petistas não componham com Pessuti. Eu avalio que dificilmente os PMDBistas liberarão Lula para fazer campanha apenas para Osmar Dias. De qualquer forma, o Paraná é um daqueles estados em que tudo pode acontecer. E, se Beto Richa for candidato ao Governo, é muito difícil que não seja eleito.

Senado: Requião deve disputar o Senado, e é forte candidato, como qualquer governador em exercício de mandato. Pelo PT, Gleise Hoffman é a candidata, com boas chances. Mas, é muito difícil que o candidato ao Senado da chapa de Beto Richa não seja eleito. O PSDB deve indicar o deputado federal Gustavo Fruet. Outros nomes, com menores chances, participarão da disputa.





CAMPO GOVERNISTA
Ângela Amim
– PP (deputada federal, ex-prefeita de Floripa)
+
Ideli Salvatti – PT (senadora)

CAMPO OPOSICIONISTA
Eduardo Moreira – PMDB (presidente estadual do PMDB)
ou
Leonel Pavan – PSDB (atual vice-governador)
ou
Raimundo Colombo – DEM (senador)

Primeiramente, é preciso explicar que os três candidatos do Campo Oposicionista pretendem estar unidos no pleito de 2010. De maneira que apenas um deve ser candidato, com apoio dos outros dois. Mas, ainda há impasse na escolha do nome que será o cabeça de chapa. De qualquer forma, a disposição dos partidos (PMDB, PSDB e DEM) é permanecerem juntos em Santa Catarina. É um dos estados em que o PMDB não apoiará Dilma, a despeito de qualquer pressão. O atual governador, o PMDBista Luiz Henrique da Silveira, sofre pressão do seu partido para lançar o presidente estadual da legenda, Eduardo Moreira. Entretanto, o vice-governador, Leonel Pavan, é do PSDB. Como o governador deixará o cargo para disputar do Senado, o PSDB estará com a caneta na mão, durante a campanha, buscando a reeleição. Já os DEMocratas tentam emplacar o Senador Raimundo Colombo. Na oposição, a Ideli Salvatti pode desistir da reeleição para o Senado (em que teria chances razoáveis) para tentar o Governo (com chances reduzidas, na minha avaliação). Ângela Amim tem maiores condições de levar o pleito para o segundo turno, contra o candidato da situação (que me parece ser favorito, seja quem for). A eleição catarinense está bastante indefinida, por enquanto.

Senado: o Governador PMDBista, Luiz Henrique, deve disputar o Senado, com grandes chances. O PP deve lançar Esperidião Amim, que também é um nome com densidade eleitoral. Com menores chances, PT aposta no deputado federal Cláudio Vinhati.





CAMPO GOVERNISTA
Ricardo Ferraço
– PMDB (atual vice-governador)
+
Renato Casagrande – PSB (senador)

CAMPO OPOSICIONISTA
Luís Paulo Velloso Lucas - PSDB (deputado federal, ex-prefeito de Vitória)

Há uma grande aliança no Espírito Santo para eleger o atual vice-governador, Ricardo Ferraço, do PMDB. O grande fiador desta aliança é o Governador Paulo Hartung, também do PMDB. O PT, liderado pelo prefeito de Vitória, João Coser, buscará compor com o Governador, para montar um forte palanque para Dilma no estado. Ricardo é o favorito para a disputa. Quem ameaça romper esta aliança é o senador Renato Casagrande, do PSB, que é mais conhecido que o vice-governador, e atualmente está na frente nas pesquisas. Novamente, a candidatura estadual do Socialista depende muito da candidatura de Ciro. Pela oposição, o deputado Luís Paulo Velloso Lucas fará o palanque de Serra.

Senado: o senador Magno Malta, do PR, buscará a reeleição, com boas chances de vitória. O governador Hartung é fortíssimo candidato a uma das vagas para o Senado. Pela oposição, quem tem maiores chances é a deputada federal Rita Camata, que trocou o PMDB pelo PSDB este ano.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Olimpíadas 2016 e as consequências políticas

Trazer o mais importante evento mundial para o nosso país seria, de qualquer maneira, algo extraordinário. Como tal, geraria conseqüências políticas inexoráveis. Mas este fato foi reforçado pela associação que as pessoas fizeram da vitória do Rio a uma vitória pessoal do Lula. Esta leitura foi muito comum, e fez com que o capital político do Presidente ficasse especialmente fortalecido. As pessoas poderiam pensar que a vitória foi da cidade do Rio de Janeiro, do Projeto apresentado ao COI, do conjunto dos profissionais, autoridades, atletas e personalidade que foram à Copenhagen. Mas, não. Ainda que o trabalho coletivo tenha recebido algum reconhecimento, foi especificamente a imagem do Lula a que mais se beneficiou da conquista. Por isso, as conseqüências políticas que já seriam naturalmente importantes ganham peso ainda maior. Dilma Rousseff, Sérgio Cabral e até mesmo Eduardo Paes, que só precisará enfrentar as urnas daqui a 3 anos, são os mais diretamente beneficiados.


Possivelmente, a estrela do Lula foi a que mais brilhou, porque o Presidente jogou todo o peso do seu prestígio nesta disputa. Lula estava totalmente engajado na candidatura do Rio, chamou a responsabilidade para si e buscou todas as melhores armas e argumentos que o país tinha a oferecer. O Presidente avaliava que tinha chegado a hora do Brasil, e que este poderia ser mais um trunfo histórico da sua gestão. Este compromisso tão firme por parte do Governo era estratégico e essencial para o Rio. As outras cidades já tinham boa parte da estrutura necessária para sediar os jogos. Madri, por exemplo, já tinha 80% das obras concluídas. Esta era uma vantagem importante, pois transmitia segurança para os integrantes do COI que fazem a escolha. Neste quesito, o Ria era presa fácil. Por isso, ter governos – das três esferas – articulados, em harmonia e totalmente comprometidos com a criação de toda a estrutura necessária para as Olimpíadas era de vital importância para o Projeto brasileiro. Lula sabia disso, e arregaçou as mangas. Ter um Governador e um Prefeito cariocas, de um partido aliado, foi providencialíssimo!

Não sei se por essa participação estratégica, ou se pela emoção que demonstrou na cerimônia em que foi anunciado o resultado, fato é que Lula foi o grande vencedor político da escolha da sede olímpica. De imediato, cresce a popularidade e o prestígio do presidente. Já não eram desprezíveis, e vão ficar maiores ainda. Lula melhorou sua imagem em um segmento da sociedade que não o aceita. Boa parte da classe média alta, desconhece o elevado prestígio internacional do presidente, avalia que sua ampla aceitação é porque “ele dá dinheiro para o pobre”, e vê Lula como um pobre coitado que sequer sabe falar português. Muitos ainda abominam a idéia de Dilma em 2010, mas flexibilizaram um pouco seus discursos. Não acho que a Ministra da Casa Civil vá capitalizar benefícios políticos desde agora. Mas, o ativo político é de um Governo que ela representará daqui um ano. É diferente com Cabral e Paes, que já têm suas imagens diretamente associadas à conquista do Rio. Quando disputarem suas respectivas reeleições, terão o discurso da necessidade da continuidade das obras para 2016.

Falar sobre as melhorias que as olimpíadas vão trazer para a cidade do Rio, e para o Brasil, a essa altura do campeonato, me parece chover no molhado. Claro que sempre alguém vai questionar a pertinência dos jogos no Rio, quando o nosso povo não tem dinheiro, nossas crianças não vão pra escola, nossos hospitais vivem lotados, nosso IDH não melhora na velocidade desejada etc. e tal. Uma perda de tempo, né? Um falso dilema. Uma coisa não impede a outra. Temos gravíssimos problemas, lógico. Mas também temos capacidades, méritos, potenciais, que já estão sendo e serão cada vez mais reconhecidos. As Olimpíadas, para resumir grosseiramente, aumentarão exponencialmente os investimentos na cidade do Rio, gerando trabalho e renda pra população; anteciparão investimentos públicos em obras essenciais; e deixarão como legado um Rio de cara nova e uma estrutura esportiva de primeiro mundo, que funcionará como celeiro de formação de atletas brasileiros, nas mais variadas categorias. Isso para não falar do upgrade da nossa imagem no cenário internacional. Enfim... Levaram a sério essa coisa de “nunca antes na história desse país”, hein?!