A revista Veja foi condenada a reparar o deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT) por danos morais [1]. A Veja, segundo a sentença, teria denegrido a imagem pública do deputado com informações levianas e injuriosas a respeito dele na edição de 11 de janeiro de 2006. De acordo com o juiz, a Veja e o jornalista, autor da matéria, extrapolaram no direito de informar e noticiar fatos. “Não se limitaram à conduta marcada pela vontade de narrar. Mas quiserem ofender. Ao noticiarem os fatos, com o uso de expressões injuriosas, fez a reportagem trabalho com menções e chamadas marcadas pela distorção. Nesse sentido, o que se percebe é que a liberdade de expressão e de comunicação caminha juntamente com o direito de ter as pessoas atingidas pelo trabalho jornalístico, de uma forma ou de outra, o acesso à notícia real, verdadeira e sem ser ofensiva ou lesiva." Pela decisão do juiz, a revista terá que pagar indenização ao parlamentar, além de publicar a sentença na íntegra, quando transitada em julgado (decisão final). Caso haja recurso, o processo seguirá para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, onde será julgado
Invasão da UNB x Invasão da USP
Em relação à UNB, a invasão feita pelos estudantes à reitoria recebeu um tratamento mais contido por parte da mídia. Os estudantes eram frequentemente ouvidos e nunca foram retratados como “baderneiros”. O Jornal Nacional, no dia 07, destacou que a causa dos invasores estava ganhando adeptos, e “ganhou apoio até no Senado” [1]. A Veja, no dia 10 de abril, quando noticiou o afastamento de Timothy Mulholland [2], registrou que o reitor é “acusado de usar dinheiro destinado a projetos de pesquisa da universidade para decorar seu apartamento funcional”. Já no caso da USP, foi bem diferente. Vamos relembrar? Na edição da Veja de 19 de maio de 2007 (ano 40 – nº 19, pg. 52), a Revista fez uma rasgada defesa da Reitoria e do Governador de São Paulo, José Serra. A reportagem intitulada “No caminho certo” afirmou que Serra “gasta com eficiência” e que teve a coragem de enfrentar o atraso, o obscurantismo e a praga corporativista, representados pelo “bando” que invadiu a Instituição. A Veja ainda chamou os universitários da USP de depredadores de prédios públicos, e disse que as reivindicações dos alunos eram “oportunistas”, exemplificou: melhor conservação dos prédios da Universidade. O que há de “oportunismo” nisso, meu Deus?
Invasão da UNB x Invasão da USP (cont.)
Ainda sobre a invasão da Reitoria da USP, o Reinaldo Azevedo escreveu em seu blog [3]: “... um projeto falava em dar atenção à ‘pesquisa aplicada’. A esquerdopatia gritou: ‘Oh, estão submetendo a universidade às leis de mercado em detrimento da pesquisa básica’. E lá foram os Remelentos e as Mafaldinhas povoar a reitoria com metáforas pobres e versos revolucionários da MPB. Ah, sim: políticos do PT foram lá prestar solidariedade. Havia aulas na ‘Reitoria Invadida’. Produziram-se ensaios sobre como a educação de São Paulo estava cedendo à lógica perversa do capital ...” Olha que ridículo! Ele também dá aulas de ‘direitopatia’ diariamente em seu blog. A Veja até pode defender o Serra, mas tinha obrigação de ouvir o movimento estudantil! Não apenas porque qualquer calouro de primeiro semestre de jornalismo sabe que isto é um preceito básico de um profissional sério, mas porque seria democrático. Democracia é algo que a Veja tanto defende, mas não entende, nem pratica.
[1]http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM812815-7823-AUMENTA+O+NUMERO+DE+INVASORES+DA+REITORIA+DA+UNB,00.html
[2]http://vejaonline.abril.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1&textCode=139400&date=1207921140000
[3] http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2008/04/na-unb-vejam-s-o-bem-luta-contra-o-bem.html
Olha eu no Nassif
No dia 12, eu fiz um comentário no post “O dossiê, segundo a Folha” do Blog do Nassif. Eu enviei ao Nassif o vídeo do programa Comitê de Imprensa,
[1] http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=7099