segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Drops - Dezembro

Economia

Depois que foi divulgado o PIB do terceiro trimestre de 2009 – que obteve crescimento de 1,3% - proliferaram na grande mídia matérias com alfinetadas ao Governo. O resultado pode ser considerado bom, mas não tão bom quanto previa o Governo, no entender dos jornalistas. O resultado “deixou dois fatos bem evidentes para os economistas: primeiro, ficou abaixo do que o Governo previa, mas principalmente mostrou que outros países em desenvolvimento, como a China, como a Índia, tiveram resultados muito melhores do que o nosso”, sentenciou William Bonner. Realmente, não dá pra comparar o crescimento brasileiro com o crescimento chinês ou indiano. Mas, se por um lado, o desempenho brasileiro não correspondeu ao que foi “alardeado pelo Governo”, como diz a Globo; por outro lado, este desempenho foi muito melhor que o apocalipse alardeado pela mídia. Eu acho muita cara de pau, a essa altura, os jornalistas apontarem o dedo na cara e acusarem o Governo de ter errado no tom. Tom errado por tom errado, o da mídia foi muito mais distante da realidade. Ainda que menor que o dos asiáticos, o desempenho brasileiro frente à crise foi excelente – e eles não contavam com isso.



Estrela do Lula brilha de novo diante do mundo

É impressionante a habilidade que o Lula tem para traduzir um sentimento coletivo. O que as pessoas chamam de “carisma” eu vejo como sensibilidade e poder de compreensão. Lula consegue fazer leituras acuradas de situações políticas complexas e expressar pensamentos que atendem às expectativas da maioria. Foi isto que o presidente fez na COP-15, e por isso foi longamente aplaudido em vários momentos do seu discurso. Enquanto Lula cobrava responsabilidades dos países ricos, Obama tangiversou. O presidente americano fez um discurso protocolar e burocrático, decepcionou o mundo inteiro, mas atendeu às expectativas americanas. A grande verdade é que os Estados Unidos não estão dispostos a fazer concessões ambientais, que possam comprometer seu ímpeto desenvolvimentista – muito menos em pleno processo de recuperação da crise. Os Republicanos sequer acreditam em aquecimento global. O presidente Obama é Democrata, mais flexível, mas ainda é presidente americano. E um político, por melhor que seja, é sempre ele e suas circunstâncias.

Cop 15: erro de estratégia

Não sei se faz muito sentido criar um fundo para ajudar os países pobres a diminuir a poluição do planeta. Quem mais polui são os países ricos, e alguns emergentes, como a China. Portanto, são estes quem mais podem contribuir com a diminuição da poluição, e não nós. De qualquer forma, se fizerem o tal fundo, acho absurdo que o Brasil coloque um centavo que seja nesta cesta. Os países ricos são os que mais poluem justamente porque já tiveram a oportunidade histórica de se industrializarem. Tiveram o imenso benefício de expandirem suas economias, aumentarem suas riquezas, melhorarem a qualidade de vida de suas populações etc. Isso tudo teve um custo ambiental, e na hora de pagar a conta, o Brasil – que ainda não experimentou estes benefícios – vai ser convocado?! É como se uma turma fizesse um banquete em um restaurante caríssimo, no final, convidassem você pra um cafezinho, e depois quisessem dividir a conta total entre todos – não lembro quem da comissão brasileira em Copenhague disse isto, mas a frase é muito boa.

Corrida presidencial

Na última pesquisa Datafolha, Dilma obteve 23% das intenções de votos, enquanto Serra ficou com 37%. Fui surpreendido pelo desempenho da Dilma. De qualquer forma, algum crescimento era esperado, pois a pesquisa foi posterior às inserções e ao Programa do PT na TV (que, aliás, ficou muito bom). O programa petista foi exibido uma semana depois do programa do PSDB. Portanto, tanto o Serra quanto a Dilma tiveram a oportunidade de se comunicar com a população. Entretanto, para o Serra, que já conhecido, isto é bom. Para a Dilma, que a maior parte da população conhece pouco, é fulcral. A estratégia da presidenciável governista não pode se outra: precisa colar sua imagem a do presidente. Uma eleição pleibicitária, com uma candidatura altamente identificada com o campo político do FHC e outra altamente identificada com o campo político do Lula, tende a dar a vitória ao atual Governo. Claro que isto não será automático. Tempo na televisão e fortes palanques estaduais são pré-condições já bem encaminhadas. Dilma ainda precisará executar uma campanha eficiente e ter bom desempenho nos debates. Cumpridas estas etapas, a candidata do Governo provavelmente vence.

4 comentários:

  1. Só idiotas ou reacionários nao enxergam o Brasil novo q vem encantando o mundo chamado "1ro mundo" (sic), entao, é hora de dizer, sem medo de ser feliz:

    Um maravilhoso 2010.

    Conte comigo, afinal, vc tem se tornado mais competente a cada dia. Eu q pessoalmente ano acredito em gente "imparcial e/ou isento", lhe comprimento. Só os covardes e/ou manipuladores se apresentam assim

    Lhe desejo progresso material e espiritual, em 2010 e sempre.

    Inté,
    Murilo

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigado, Murilo. Muito gentis as suas palavras. Desejo tudo isso pra você, também! Muito bom saber que um leitor tão assíduo vê progresso nos textos do blog. Melhor ainda saber que posso continuar continando com você. Volte sempre!
    Abraços

    ResponderExcluir
  3. Olá Crápula!
    Sobre o Circo da COP15, digo que foi reconfortante: ficaram a nu os interesses escusos que rondam essa celeuma climática. Não há preocupação com o meio ambiente por partes dos ricos, há uma vontade de manter-se dominante.
    Você comentou do tal fundo, e eu escrevi algo parecido:
    http://leosfera.blogspot.com/2009/12/ainda-o-aquecimento-global.html
    sucesso com o blogue!

    ResponderExcluir
  4. Crápula, publiquei outro texto no mesmo tema: http://leosfera.blogspot.com/2010/01/o-problema-ambiental.html
    Abraço e obrigado.

    ResponderExcluir