quinta-feira, 24 de junho de 2010

As implicações políticas do IBOPE

Pela primeira vez, NO IBOPE, Dilma aparece na frente do Serra. Sim, porque outros institutos já estão mostrando isso há o quê? Meses? Interessante esse lag de algumas pesquisas. Vox Populi e Sensus mostraram Dilma empatando, e depois à frente de Serra, há muito tempo. Será que alguns institutos trabalham com bola de cristal? Fica a dúvida no ar... De qualquer forma, Ibope e Datafolha contradizem Vox Populi e Sensus apenas para, pouco depois, ter que dar o braço a torcer e confirmar o que já era do conhecimento de todos. Bem, aos números: Dilma – 40%, Serra – 37%, Marina – 9%, na lista com apenas os três candidatos. Inseridos os nanicos, Dilma fica com 38, Serra com 32, e Marina com 7. Interessante que o candidato do PSOL, Plínio Sampaio, é o último dos nanicos – o que é ridículo, até para os padrões do PSOL.

Imagem da Folha:

pesquisaibopedilmaserra.gif

Qual a esperança dos tucanos agora? Que, iniciado o horário eleitoral, a comparação recaia mais sobre as figuras de Dilma e Serra. Para os tucanos, a comparação direta entre os candidatos beneficia Serra, supostamente mais “preparado”, experiente, seguro, eloqüente etc. e tal. A rigor, o embate nunca se dá de maneira puramente direta. Em qualquer aparição pública ou entrevista, e principalmente nos programas eleitorais, todos os candidatos são mediados por assessores, especialistas, têm respostas exaustivamente elaboradas e ensaiadas, seguem todo um script. O confronto que se dá com menos mediações, digamos assim, é nos debates. Mas, eu não apostaria em um desempenho desastroso de Dilma. Ela me parece ter preparo, conhecimento e discurso para passar bem pelos debates.

O maior dilema da petista é não cometer nenhum grande erro, não perder para ela mesma. Já está bastante claro também que Lula está totalmente empenhado na candidatura de Dilma, e estará presente ao longo de toda a campanha. Serra não tem como escapar do embate com o presidente, como pretendia. Ou seja, o prognóstico que pode ser feito agora não é promissor para o PSDB. É possível que, umas vez iniciada pra valer a campanha, as pessoas, apesar de aprovarem as atuais políticas públicas federais, optem pelo Serra pela sua trajetória pessoal, experiência, atributos individuais. Mas, é improvável, considerando a conjuntura atual e o movimento indicado pelas pesquisas. E tudo isso antes do horário eleitoral na TV, que eu achava que seria a grande alavanca da Dilma. Subestimei a candidata...

O cenário de vitória governista no primeiro turno, que eu e muita gente previmos desde o começo, vai ganhando contornos mais claros. Também vai ficando mais evidente como há, de fato, uma divisão de classe social. Serra só continua liderando na região Sul, e entre os que ganham mais de 10 salários mínimos. O que contradiz a tese da global Mônica Waldvogel (postagem abaixo). Dilma, que já liderava no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, agora lidara também no Sudeste (principalmente em função do Rio de Janeiro e Minas Gerais, é improvável que a petista vença em São Paulo). De qualquer forma, a dianteira da candidatura governista, neste Ibope, vem em momento estratégico. Os partidos têm até o final desde mês – ou seja, mais uma semana – para oficializarem suas chapas. Agora, deve haver maior inclinação para Dilma. O PP acaba de declarar apoio informal à petista. Pendências estaduais, como no Paraná, também podem ter bons encaminhamentos para o Governo. A pesquisa não podia ser pior, para o tucanato.

2 comentários:

  1. Quer queira, quer não, essas pesquisas acabam mesmo influenciando, eleitores geralmente que sem muita personalidade, e q não tem conciencia da importância que o voto possui...

    Beijinhos

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    www.jehjeh.com

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  2. isso não serve aaaaaaaaaa

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