quarta-feira, 21 de abril de 2010

Para Imprensa, QUALQUER ato de Dilma é desastre.

No nosso país, jornalista tem o dom da clarividência, como vocês já devem saber... As notícias e as colunas jornalísticas ficam prontas antes dos fatos. Portanto não haveria de ser problema para os jornalistas veicular um início desastroso da trajetória da Dilma até a eleição de outubro. Ainda que isto não tenha acontecido na realidade. O importante é continuar construindo as bases do discurso da oposição, e isso perpassa por desconstruir a imagem de Dilma. Até por uma questão de coerência, os jornalistas precisam continuar retratando pejorativamente a figura pública da Dilma, como alguém inábil, uma liderança artificial, capaz de desmoronar a qualquer momento. Qual a interpretação que predominou nas análises midiáticas nesses últimos anos, sobre a candidata petista? Quem acompanha minimamente os programas especializados em política, as colunas, os editoriais, sabe. Dilma foi majoritariamente retratada como uma marionete do Lula, alguém sem brilho próprio, sem “jogo de cintura”, sem carisma, sem jeito, durona e até mesmo grosseira.

Eu realmente me considero apto pra falar porque acompanho assiduamente o noticiário e as opiniões publicadas sobre política. Também era ponto pacífico entre os “especialistas” que a Dilma passaria agora por um período sombrio. Longe de Lula, longe do Governo, da máquina, sem a “exposição” que garantiu a ela o crescimento verificado até agora nas pesquisas. Como sobreviveria a petista sem todas essas regalias? Agora é a Dilma por ela mesma, caminhando com as próprias pernas... E como tem sido a cobertura sobre esta nova fase? Pasmem! Pessoal não tem gostado... Cada viagem que Dilma faz é um “desastre!” para os entendidos. A candidata mal dá um passo sem cometer a pior das gafes. Em viagem à Minas, Dilma teria feito uma bela besteira com o tal “Dilmasia”, voto do mineiro no candidato do PSDB ao Governo do Estado, Anastasia, e na petista para a presidência – uma referência ao “Lulécio” de 2002 e 2006.

Merval Pereira, da GloboNews deu logo o diagnostico: é a falta de experiência que coloca tudo a perder... “A agressividade com que a candidata oficial, Dilma Rousseff, estreou na sua campanha solo, longe dos cuidados do padrinho Lula, demonstra uma ansiedade própria dos que, sem experiência pessoal anterior, querem fazer tudo ao mesmo tempo, colocando a perder o que já têm.” Bingo! A bem da verdade, não foi a Dilma que propôs o tal “Dilmasia”, foi o jornalista quem perguntou o que ela achava, e ela sinalizou que isso era possível. A bem da verdade, Dilma disse que candidato não escolhe eleitor. E acrescentou que aceitaria os votos de quem eventualmente votasse também no Anastasia. A bem da verdade, o que Dilma disse é uma obviedade: claro que eleitores votam em candidatos a governador e a presidente de campos políticos diferentes, sem qualquer constrangimento, no Brasil inteiro. A bem da verdade, não houve problema nenhum.

Impressionante a novela que fizeram do ocorrido. O PSDB passou semanas repetindo que “Minas é Serra e Anastasia”. Os jornalistas fizeram um esforço homérico pra causar intriga com os candidatos da base do Lula em Minas. O máximo que conseguiram foi uma declaração de Hélio Costa, do PMDB mineiro, falando em “Serrélio”. Tudo isso impedirá mineiros de votarem de forma cruzada? Evidente que não, como acontecerá no Brasil inteiro. Aliás, no nosso país, a idéia de partido praticamente não existe, votar em candidatos de campos políticos diferentes sequer é visto como contradição. Mas a seqüência de desastres é mais longa. Dilma foi ao Ceará. É nisso que consiste o desastre, ninguém se preocupou em desenvolver a idéia. Para Lauro Jardim, “nem Eunício Oliveira - ex-ministro de Lula e cacique do PMDB no Ceará - foi consultado sobre a desastrosa ida de Dilma Rousseff a seu estado”. Ah, tá! Realmente, um crime! Ainda o Lauro, em outro post: “É enorme a preocupação dos peemedebistas com as seguidas escorregadas de Dilma Rousseff”.
A inabilidade de Dilma vai custar até o apoio do PMDB, vejam vocês!

Dilma é uma bomba de candidata! Isso é que é checagem jornalística! Noblat ironizou: “o responsável pelo roteiro de viagens de Dilma deveria ser premiado com um aumento de salário.” Para o Noblat, a viagem ao Ceará foi desastrosa porque há aliados da base que não se entendem... Bom, por esse argumento, as viagens da Dilma iriam se restringir a 3 ou 4 estados brasileiros, no máximo. Um colunista da Época, por sua vez, saiu em célere defesa de Serra, quando Dilma associou a passagem do tucano pelo Ministério do Planejamento (FHC) ao apagão: “naturalmente, a tese de que um ministro do Planejamento tenha provocado uma crise de energia não é verossímil nem à beira da piscina. As duas áreas mal se cruzam...” E o jornalista da Época acrescenta: “na corrida presidencial, o discurso de Dilma promete um espetáculo à parte. E o show está só começando.” Só começando! Não disse aí? Jornalista brasileiro prevê o futuro!

2 comentários:

  1. "Jornalista brasileiro prevê o futuro"

    Também são TELEPATAS. Sempre sabem o que o Lula está pensando.

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  2. Nossos jornalistas ou blogueiros (jornalistas sem diploma) são clarividentes...
    É por esta razão que eu acho que a Campanha da Dilma não vai ser fácil! Abraço, Crápula!

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