terça-feira, 30 de setembro de 2008

Drops - Setembro

Fim da hegemonia da Globo.

Não é mais nenhuma surpresa que a audiência da Rede Globo vem caindo acentuadamente nos últimos anos. A emissora ainda é a líder, com boa folga, mas a concorrência vem crescendo. Recentemente, reparei em outro indício da decadêndia global... Há pouco tempo atrás, seria impensável uma campanha nacional com um artista que não fosse da Globo. O máximo que se via eram comerciais com artistas de outras emissoras também. Entretanto, duas campanhas quebraram esta gramática. Uma é a campanha contra a Rubéola, realizada pelo Ministério da Saúde (portanto, pelo Governo Federal). Apesar de contar com artistas da Globo, a campanha contra a Rubéola dá destaque à Karina Bacchi, Nathália Rodrigues e Preta Gil, todas da Record. A foto oficial da campanha traz as três moças em destaque, e o Mobiliário Urbano utilizado para representar todos os outros é o de Karina. Além disso, a musa das eleições 2008, eleita pelo TSE, é Lavínia Vlasak, outra estrela da Record. Foi-se o tempo em que apenas globais participavam de campanhas "oficiais", pelo menos neste Governo...


Sara Pailing

A vice da chapa republicana para as eleições presidenciais dos EUA já causou bastante polêmica, apesar de ter sido apresentada ao público há pouco tempo. Sarah Pailing começou empolgando a miltância, mas já deu algumas entrevistas desastradas. O próximo desafio da candidata a vice será protagonizar, junto a Joe Biden, um dos debates mais esperados, possivelmente, de toda a história da Democracia americana. O embate deve quebrar recordes de audiência, e muito especialistas apontam um potencial de gafes, de ambos os lados. Particularmente, o que mais me incomoda na Sarah, assim como em todos os republicanos, é essa defesa explícita à Guerra no Iraque. Pailing tem um filho com idade para ser chamado ao combate, e tenho certeza que ela seria a primeira a enviar o rapaz pro meio da Guerra. É esse patriotismo bizarro que, muitas vezes, custa a vida de muitos jovens. Milhares de rapazes e moças morrem, ou voltam para casa amputados, mutilados, deformados, incapazes... Algumas medalhas são distribuídas, rios de dinheiro são pagos em indeniza
ção, algumas homenagens são feitas, e fica por isso mesmo. Por mais incrível que pareça, a família chega até a sentir orgulho da situação. Talvez seja melhor mesmo sentir "orgulho". Revolta ou indignação não teriam onde caber.

O que é notícia? E a quem a notícia interessa?

Jornalista tem mania de dizer que mostra tal coisa porque "é notícia". Lógica complicada. Não passa a ser notócia exatamente porque o jornalista mostra? Enfim... A Folha de São Paulo encomendou uma pesquisa ao Datafolha, para saber qual programa político dos candidatos de SP era melhor avaliado pelo eleitor. Resultado: o prgorama de Marta Suplicy apresentou o melhor desempenho. Qual foi a notícia da Folha? "Programa de TV de Maluf tem pior avaliação, segundo Datafolha". Pra mim, parece óbvio que o destaque deveria ser para o melhor colocado no levantamento. A não ser que aparecesse outro fato inusitado, muito relevante. Qual critério justifica o destaque para o pior colocado? Ao longo do texto, os resultados são detalhados. Mas, se fosse outro o candidato que tivesse seu programa melhor avaliado, acredito que isso seria colocado no título da matéria. A Marta é, de longe, a figura pública da política mais perseguida pela mídia. Muito mais que o Lula, por exemplo. Há muitos excessos e distorções (vários registrados neste blog) contra o Governo e contra o PT. Animosidade mesmo é contra a Marta.

AVISO

Estou viajando e só voltarei para casa em Dezembro. Farei o possível para continuar atualizando o blog durante este período, mas não sei se, quando e como poderei fazer isso. É provável que as formatações de alguns textos mudem, já que utilizarei máquinas diferentes. Se alguém tiver problemas para ler as postagens, por favor, avise nos comentários. Devo demorar a responder, mas farei isso assim que der.

Obrigado! T+

5 comentários:

  1. Gosto dos comerciais das eleições: além da Lavínia Vlasak ser bonita e poder falar um bom texto, o cenário é simples mas interessante. Bem melhor que aqueles comerciais das situações bizarras pra mostrar que "4 anos é muito tempo" (os únicos que gostei foram o do trem e o do cometa).

    No mais, boa viagem!

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  2. Ja era tempo das outras redes de televisão evoluirem né ...

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  3. Ainda vejo com certo ceticismo esta decadência da Globo.

    Por certo, ela ocorrerá,mas isto não significa que estaremos livres de tudo o que há de mais perverso na mídia televisiva.

    A Record nada mais do que uma mimese da Globo, o que me faz crer que as peças podem mudar de lugar mas se nós não mudarmos de posição também nada adiantará.

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  4. A perda da hegemonia da Globo pode ser vista como a derrota de uma emissora que por anos impôs o que quis no Brasil. Mas também pode ser vista, talvez até com consequências mais importantes, como um melhoramento da televisão nacional. Onde há monopólio, há parcialidade.

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  5. É. Qualquer desconcentração da audiência, eu já vejo com bons olhos. A concorrência sempre acaba por beneficiar o público, no caso da mídia, diversidade de coberturas e pontos de vista é fundamental.

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