Já está bastante evidente a influência de temas morais nas eleições deste ano. Claro que outros fatores, como a utilização de escândalos contra a candidatura governista e a maior taxa de abstinência em regiões em que Dilma tem maior votação, contribuíram para o segundo turno. Mas está cada vez mais evidente o importante papel desempenhado pela boataria contra o PT, em função de temas como aborto e homossexualidade. Na grande imprensa, muitos comentaristas já escreveram sobre o assunto. Para José Roberto Toledo, do Estadão, a Internet foi o principal canal para as ações difamatórias. Mas mensagens de celular costumam ser bastante utilizadas neste tipo de estratégia. Houve também um panfleto anti-Dilma ligado à TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade) que chegou à cúpula tucana.
Certamente, esta movimentação de setores conservadores da sociedade brasileira ajudou a alavancar a candidatura Marina, jogando as eleições para o segundo turno. Na mesma proporção, está tirando votos de Dilma. O difícil é saber a dimensão deste movimento e que efeitos ainda pode surtir. Em outras palavras, ninguém tem como saber se Dilma já caiu tudo o que tinha de cair. A grande incógnita é em relação ao percentual de brasileiros que pode mudar o voto apenas com base em orientações de cunho religioso, ou priorizando este aspecto. De fato, muitos católicos e evangélicos, ainda que aprovem a candidatura governista do ponto de vista econômico e social, podem abandonar o PT se vierem a entender que Dilma trabalhará na presidência para descriminalizar a prática abortiva ou reconhecer a união civil entre gays.
Do ponto de vista dos direitos civis, o prejuízo é tremendo. Aquele campo político – efetivamente popular, liderado hoje pelo presidente Lula – que tinha compromisso com bandeiras progressistas terá de fazer inúmeras concessões e abandonar pontos de vista históricos, para manter as chances de continuar na presidência. Verifica-se que está despertando na sociedade os sentimentos mais obscuros, retrógrados e fundamentalistas. No Entre Aspas desta quinta-feira, um dos convidados relatou que freqüentou uma igreja evangélica em que o pastor discorreu longamente sobre os perigos que o PT representa. Ao final do culto, o pastor perguntou “Então, em quem vocês não vão votar?”. Os fiéis, erguendo os punhos em riste, gritavam: “Dilma! Dilma! Dilma!”. No vídeo abaixo, um padre da Rede Canção Nova estimula as pessoas a, não apenas votarem contra o PT, mas também a disseminaram esta mensagem.
Infelizmente, os grupos religiosos podem virar esta eleição. São extremamente articulados, coesos, e podem mudar sua opinião com muita facilidade. Basta a sinalização de uma liderança, a evocação de um “fundamento”, um dogma, aos quais devem obedecer, sem questionamentos, sem resistência. Dilma está no corner, encurralada, a pior posição para um candidato. O desafio é articular com lideranças religiosas para reverter o quadro e, infelizmente, conceder as garantias que forem necessárias, em nome de algo maior. Por outro lado, a candidatura governista precisa estabelecer outra agenda eleitoral, politizar a campanha, trazer mais temas para o debate, e fugir desta seara tão desfavorável. Os outros temas tendem a beneficiar o governo, nem todos os cristão serão levados pela onda difamatória, e Dilma terminou o primeiro turno a 3 pontos percentuais da vitória. Nem tudo está perdido. Agora, muito mais que em 2002, a esperança tem de vencer o medo.
Certamente, esta movimentação de setores conservadores da sociedade brasileira ajudou a alavancar a candidatura Marina, jogando as eleições para o segundo turno. Na mesma proporção, está tirando votos de Dilma. O difícil é saber a dimensão deste movimento e que efeitos ainda pode surtir. Em outras palavras, ninguém tem como saber se Dilma já caiu tudo o que tinha de cair. A grande incógnita é em relação ao percentual de brasileiros que pode mudar o voto apenas com base em orientações de cunho religioso, ou priorizando este aspecto. De fato, muitos católicos e evangélicos, ainda que aprovem a candidatura governista do ponto de vista econômico e social, podem abandonar o PT se vierem a entender que Dilma trabalhará na presidência para descriminalizar a prática abortiva ou reconhecer a união civil entre gays.
Do ponto de vista dos direitos civis, o prejuízo é tremendo. Aquele campo político – efetivamente popular, liderado hoje pelo presidente Lula – que tinha compromisso com bandeiras progressistas terá de fazer inúmeras concessões e abandonar pontos de vista históricos, para manter as chances de continuar na presidência. Verifica-se que está despertando na sociedade os sentimentos mais obscuros, retrógrados e fundamentalistas. No Entre Aspas desta quinta-feira, um dos convidados relatou que freqüentou uma igreja evangélica em que o pastor discorreu longamente sobre os perigos que o PT representa. Ao final do culto, o pastor perguntou “Então, em quem vocês não vão votar?”. Os fiéis, erguendo os punhos em riste, gritavam: “Dilma! Dilma! Dilma!”. No vídeo abaixo, um padre da Rede Canção Nova estimula as pessoas a, não apenas votarem contra o PT, mas também a disseminaram esta mensagem.
Infelizmente, os grupos religiosos podem virar esta eleição. São extremamente articulados, coesos, e podem mudar sua opinião com muita facilidade. Basta a sinalização de uma liderança, a evocação de um “fundamento”, um dogma, aos quais devem obedecer, sem questionamentos, sem resistência. Dilma está no corner, encurralada, a pior posição para um candidato. O desafio é articular com lideranças religiosas para reverter o quadro e, infelizmente, conceder as garantias que forem necessárias, em nome de algo maior. Por outro lado, a candidatura governista precisa estabelecer outra agenda eleitoral, politizar a campanha, trazer mais temas para o debate, e fugir desta seara tão desfavorável. Os outros temas tendem a beneficiar o governo, nem todos os cristão serão levados pela onda difamatória, e Dilma terminou o primeiro turno a 3 pontos percentuais da vitória. Nem tudo está perdido. Agora, muito mais que em 2002, a esperança tem de vencer o medo.
"Basta a sinalização de uma liderança, a evocação de um “fundamento”, um dogma, aos quais devem obedecer, sem questionamentos, sem resistência". Esta já foi a estratégia de tantas manchas da História da humanidade... parece até genética, rs. Mas tb vale o mesmo para esperança.
ResponderExcluirEngraçado é que a ameaça de perder eleitores faz rapidinho os candidatos mudarem suas propostas: "Ficou acertado que Dilma fará uma carta aberta com os compromissos assumidos nesta quarta. Entre eles, o de vetar projetos que firam os princípios religiosos", foi o que disse o Jornal Nacional desta quarta. O posicionamento conservador da Marina foi justamente o que me fez votar na Dilma no primeiro turno... E agora, vou votar em quem??
ResponderExcluirÉ incrível a capacidade dos PTistas não quererem enxergar (= LULA, não ví nada). Não existe ato DIFAMATÓRIO, existe sim a veiculação de notícias GRAVADAS onde DILMA fala que é a favor do aborto. Se tem dúvida, é só pesquisar no YOUTUBE.. tá cheio. O próprio presidente se declarou a favor da união de pessoas do mesmo sexo (tbm tem gravação no YOUTUBE). Quer mais, vamos falar de Mensalão, Erenice, Filho do Lula, Cardeal, Petrobrás, ..... Basta um pouco de leitura e coragem para perceber que este Pais está indo pra falência que você vai saber em quem NÃO VOTAR....
ResponderExcluirTá Paulo Preto é assunto em juizo de PEQUENAS CAUSAS perto do que o PT ASSALTOU os cofres do Brasil... Me responde aí; PORQUE O CASO ERENICE FOI ADIADO POR MAIS 30 DIAS PARA OS RESPONSÁVEIS PRESTAREM ESCLARECIMENTOS??? Já sabe a resposta né. PORQUE ATÉ AGORA OS ENVOLVIDOS NO MENSALÃO NÃO FORAM JULGADOS??? Já sabe né... PORQUE JÁ MORRERAM 14 PESSOAS ENVOLVIDAS NO CASO CELSO DANIEL e UM ATENTADO RECENTE A PROMOTORA DO CASO??? Já sabe né.... PORQUE JOSÉ DIRCEU NÃO QUER PALOCCI NA CASA CIVIL SE DILMA GANHAR??? Já sabe né... Então meus companheiros, isso é só a ponta do ICEBERG
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