Na disputa política, o simples fato de um dos lados amar a cobertura feito por um conjunto de veículos e o outro lado odiar esta mesma cobertura já não é altamente indicativo sobre a natureza desta cobertura? Vamos a dois episódios recentes que ilustram esta realidade. Primeiramente, o caso Paulo Preto. Na rodada de entrevista com os presidenciáveis que o Jornal Nacional fez neste segundo turno, William Bonner explicou que trataria ali dos temas mais relevantes na disputa, naquele momento. Não se ateria às propostas dos candidatos, necessidades prementes do povo, questões administrativas ou de gestão pública. Não. Nada disso. Abordaria “temas relevantes”. É uma categoria um tanto subjetiva, mas ok... É válido. Creio que dá mais audiência do que aspectos mais técnicos. Diante disto, para Dilma, Bonner perguntou sobre aborto, sobre a Erenice e sobre desavenças entre Ciro Gomes e o PMDB. Realmente, temas que tiveram grande visibilidade na campanha até aquele momento.
Já para Serra, dentre outras coisas, Bonner perguntou sobre Paulo Preto. O caso é certamente relevante, dadas a proximidade do engenheiro com tucanos poderosos, as importantes obras que chefiou nos governos tucanos em SP e as graves denúncias que pesam contra ele. Paulo Preto teria usurpado 4 milhões de reais que seriam destinados à campanha de Serra, como contribuição ilegal. A história foi veiculada no portal Terra, na Folha de São Paulo, na Record, é capa desta semana da Isto É, dentre outros veículos. Mas, sabem quantas reportagens os telejornais da Globo (e Globo News) fizeram sobre o caso? Zero. Absolutamente nenhuma. Sequer mencionaram Paulo Preto em sua cobertura. Como pode o maior jornal do país não fazer uma matéria sequer sobre um episódio que o próprio editor-chefe admite ser dos mais relevantes na eleição? O caso Erenice, eles exploraram exaustivamente, todos dos dias por várias semanas, causando considerável prejuízo à campanha da Dilma.
Tem que mostrar mesmo o caso Erenice! É algo chocante, repugnante, que merece ser denunciado e cobrado de quem for responsável. Mas um trabalho jornalístico de fiscalização, vigilância, que é republicano e salutar, torna-se vil e baixo quando funciona apenas para um dos lados. A candidatura Serra é poupada dos estragos que seriam causados, caso os telejornais da Globo tivesses a mesma postura diante do PSDB. Que credibilidade resta a essa emissora? Como acreditar nas denúncias e na cobertura jornalística que faz a Globo? Isto seria bem menos grave se eu tivesse começado este blog hoje. Mas eu estou há 3 anos já alertando para exatamente este padrão que se repete na cobertura que os grandes veículos – Globo, Folha, Estadão, Veja etc. – fazem da política brasileira. Não apenas eu, né? Milhares de outros blogs espalhados por aí.
Ontem o Jornal Nacional fez um esforço homérico para restituir a Serra a posição de vítima de uma bolinha de papel. Ok, não se joga bolinha de papel, rolo de durex, nem balão com água em ninguém. E, de fato, o Presidente Lula se precipitou e falou mais do que devia. Mas não está totalmente comprovado que outro objeto atingiu Serra. Eu até acho muito improvável que Serra tenha encenado tudo, mas um Jornal não pode assumir como fato irrefutável algo que ainda é nebuloso, apenas para beneficiar uma candidatura. O vídeo que supostamente comprova que outro objeto – além da bolinha de papel – alveja Serra não mostra NADA! Mas a prioridade do JN é sempre mostrar os aspectos dos episódios que mais favorecem o PSDB. Tucanos e militantes, ontem, comemoraram efusivamente a matéria do JN. O que nos remete ao meu ponto inicial: sempre, um dos lados ama, idolatra, fica eufórico com a cobertura de alguns veículos; enquanto o outro lado está sempre inconformado com esta mesma cobertura, e precisa recorrer a veículos destoantes, que fazem algo de diferente. Por si, este retrato não é incrivelmente eloqüente sobre o nosso país?
Já para Serra, dentre outras coisas, Bonner perguntou sobre Paulo Preto. O caso é certamente relevante, dadas a proximidade do engenheiro com tucanos poderosos, as importantes obras que chefiou nos governos tucanos em SP e as graves denúncias que pesam contra ele. Paulo Preto teria usurpado 4 milhões de reais que seriam destinados à campanha de Serra, como contribuição ilegal. A história foi veiculada no portal Terra, na Folha de São Paulo, na Record, é capa desta semana da Isto É, dentre outros veículos. Mas, sabem quantas reportagens os telejornais da Globo (e Globo News) fizeram sobre o caso? Zero. Absolutamente nenhuma. Sequer mencionaram Paulo Preto em sua cobertura. Como pode o maior jornal do país não fazer uma matéria sequer sobre um episódio que o próprio editor-chefe admite ser dos mais relevantes na eleição? O caso Erenice, eles exploraram exaustivamente, todos dos dias por várias semanas, causando considerável prejuízo à campanha da Dilma.
Tem que mostrar mesmo o caso Erenice! É algo chocante, repugnante, que merece ser denunciado e cobrado de quem for responsável. Mas um trabalho jornalístico de fiscalização, vigilância, que é republicano e salutar, torna-se vil e baixo quando funciona apenas para um dos lados. A candidatura Serra é poupada dos estragos que seriam causados, caso os telejornais da Globo tivesses a mesma postura diante do PSDB. Que credibilidade resta a essa emissora? Como acreditar nas denúncias e na cobertura jornalística que faz a Globo? Isto seria bem menos grave se eu tivesse começado este blog hoje. Mas eu estou há 3 anos já alertando para exatamente este padrão que se repete na cobertura que os grandes veículos – Globo, Folha, Estadão, Veja etc. – fazem da política brasileira. Não apenas eu, né? Milhares de outros blogs espalhados por aí.
Ontem o Jornal Nacional fez um esforço homérico para restituir a Serra a posição de vítima de uma bolinha de papel. Ok, não se joga bolinha de papel, rolo de durex, nem balão com água em ninguém. E, de fato, o Presidente Lula se precipitou e falou mais do que devia. Mas não está totalmente comprovado que outro objeto atingiu Serra. Eu até acho muito improvável que Serra tenha encenado tudo, mas um Jornal não pode assumir como fato irrefutável algo que ainda é nebuloso, apenas para beneficiar uma candidatura. O vídeo que supostamente comprova que outro objeto – além da bolinha de papel – alveja Serra não mostra NADA! Mas a prioridade do JN é sempre mostrar os aspectos dos episódios que mais favorecem o PSDB. Tucanos e militantes, ontem, comemoraram efusivamente a matéria do JN. O que nos remete ao meu ponto inicial: sempre, um dos lados ama, idolatra, fica eufórico com a cobertura de alguns veículos; enquanto o outro lado está sempre inconformado com esta mesma cobertura, e precisa recorrer a veículos destoantes, que fazem algo de diferente. Por si, este retrato não é incrivelmente eloqüente sobre o nosso país?
"Crápula Mor", sim eu cocordo quando diz que a Rede Globo está "visívelmente" apoiando o PSDB. Porém tb não esqueço dos inúmeros escandalos de corrupção que marcaram o governo do PT, as bobagens que Lula diz. Mas algo me incomoda no PT que não sei se o PSDB vai ser melhor, é a roupagem de salvadores do Brasil, dos pobres e oprimidos...As relações sociais não mudaram, na verdade a maioria das coisas não mudaram, exceto a estabilidade da economia.Isso sim permitiu a população programar sua própria economia e crescer. Enfim, são vários os motivos que tenho não só para não votar em Dilma, como em Serra tb, claro.
ResponderExcluirEsta história de Durex na cabeça de Serra não cola! Acho que nesta história ele vai sair ainda menor. Como reclamão ou mentiroso. #serrarojas foi muito comentado e corre à boca pequena até hoje!
ResponderExcluirAcompanho o seu blog constantemente e gostaria que, se possível, adicionasse link ao meu blog. Pensamos de forma semelhante e acho que vai ajudar a espalhar nossas idéias. Farei o mesmo com seu blog, embora o meu seja bem menor. Desde
já agradeço.
www.adrianomm.blogspot.com