quinta-feira, 22 de julho de 2010

Drops - Julho

O velho Fla x Flu eleitoral

Achei bastante curioso um comentário que o Diogo Mainardi fez este mês no Manhattan Connection, programa da GNT. Sobre pesquisas eleitorais que mostraram subida de Dilma nos últimos meses, Mainardi comparou o bom desempenho da petista com o primeiro tempo do jogo entre Brasil e Holanda, na Copa de 2010. Ouço muitas pessoas criticarem revistas como a Carta Capital, ou jornalistas como o Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif, por serem “petistas demais” e misturarem preferências pessoais com comentários políticos. Ok, ninguém é obrigado a gostar de nenhuma revista, nem de nenhum profissional da mídia. Mas quer torcida partidária mais flagrante que a do Mainardi? E ele enuncia isso com a maior naturalidade. O partidarismo flagrante não o impede de ser colunista na revista de maior tiragem e analista de um dos programas de debate político mais tradicionais do Brasil. Tudo normal, tudo lindo!

Wesley

A Polícia do Rio de Janeiro tem uma missão ingrata. Precisa derrotar o crime organizado na disputa pelo controle do território, identificar e apreender os responsáveis pelo tráfico, reduzindo a taxa de mortalidade nas ações e aumentando o número de homicídios esclarecidos. É de um malabarismo operacional quase impraticável. Eu compreendo a dificuldade do trabalho e sou solidário à polícia do Rio. Mas é realmente inadmissível que mortes como a do menino Wesley continuem acontecendo. Uma criança morrer, por causa da guerra contra o tráfico, dentro de sala de aula, com um lápis na mão, não é algo que possa acontecer em um país que se pretenda civilizado. Os policiais costumam refletir a postura sinalizada por aqueles que estão no poder. O Rio precisa de menos incitação à violência e mais inteligência nas abordagens. O problema é extremamente complexo, e não merece reducionismos ou frases feitas. Mas as autoridades cariocas poderiam rever seus discursos e sua concepção de combate à criminalidade, para que as práticas policiais sejam gradativamente alteradas.


Eliza

Acho que o mais chocante neste caso da Eliza Samúdio é que ela denunciou, com boa antecedência, tudo que viria a acontecer com ela. A riqueza de detalhes é chocante! Bruno havia antecipado cada passo do crime bárbaro que veio a cometer. Isso dá a dimensão da empáfia e da certeza de impunidade do goleiro. Ídolo nacional, talentoso e muito rico, Bruno sentia-se um semi-Deus, capaz de matar para se livrar de um incômodo. Para especialistas, trata-se do perfil típico do psicopata. As autoridades não deram ouvidos à Eliza. A moça foi tomada por uma vagabunda, uma oportunista qualquer. Ter consciência do perigo e fazer a denúncia é importante, a depender de quem você é. Para Eliza Samúdio, julgada antes e depois da morte, não fez nenhuma diferença. As denúncias públicas de Eliza tinham dois objetivos, conforme o vídeo abaixo: fazer com que Bruno fosse preso; ou responsabilizar o goleiro por qualquer coisa que viesse a acontecer com ela. Resta esperar que o segundo objetivo seja alcançado.

2 comentários:

  1. A vagaba deixou claro que o único motivo da gravidez era a extorsão. Uma "atriz" pornô, que pra mim não passa de prostituta, deveria no minimo saber evitar uma gravidez, principalmente no caso dela, notória "profissa".
    Não estou aqui defendendo nenhum assassinato, mas que ela procurou o fim que teve, está claro.
    Iria esperar o que de um jogador de futebol e dos amigos sub-educados dele?
    Ela sabia onde estava se metendo, mesmo assim tentou.
    Espero que tudo seja esclarecido e os culpados paguem pelo que fizeram, mas chamar a vagaba de "estudante" no video....tenha dó....

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  2. Clara demonstração de como a justiça brasileira é falha...as mulheres são convocadas para a denúncia, pois "os agressores precisam ser presos e punidos", mas a realidade é outra. Na hora de mostrar a cara, ela é rotulada como "aproveitadora"...puro preconceito, pura bobagem.

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