terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Trunfos e fraquezas da esquerda para 2010

Este ano, não tem muito como deixar de escrever textos sobre as eleições. Mesmo porque este é o meu assunto preferido em política. Podem dizer nos comentários se vocês acham isto uma boa idéia ou nem tanto. Como este blog propõe um olhar de esquerda sobre o Brasil, começo analisando as chances deste campo ideológico para as eleições de 2010. Para a disputa nacional, eu penso que a esquerda está muito bem posicionada. A conjuntura é altamente favorável para a candidatura governista. Apenas um desempenho realmente trágico da candidata, durante a campanha, mudaria este prognóstico. É bastante improvável. Esperava até que um crescimento mais significativo da candidatura petista se daria apenas no segundo semestre, com o Horário Político. Mas pesquisas recentes, como Vox Populi e Sensus, mostraram Dilma muito próxima de Serra.

Algumas condições para a confirmação deste favoritismo da esquerda: a aliança com o centro, representado pelo PMDB – que implica inflexão programática e ideológica, mas garante mais tempo de Televisão e uma capilaridade expressiva para a candidatura; manutenção da retomada do crescimento e superação definitiva da Crise (ainda cogita-se que a Crise pode assumir forma de W, ou seja, esboce recuperação para logo em seguida agravar-se de novo, mas parece que o formato da crise foi mesmo de V); ausência de Aécio Neves na disputa nacional. Todos estes fatores, a preço de hoje, devem confirmar-se ao longo do ano. Assim, acho que, sem a candidatura Ciro – que também é do campo da esquerda, Dilma pode vencer no primeiro turno, coisa que nem o Lula conseguiu. Mas o Lula ainda suscitava dúvidas na primeira vitória e disputou a reeleição um ano depois do Mensalão, que causou frustração no eleitorado e desânimo na militância petista.


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Nos estados, a situação do PT não é tão confortável - preço que o partido paga para aumentar as chances de Dilma, e garantir a continuidade do projeto nacional. Lula deixará de usar seu prestigio a favor de muitos candidatos a governador do PT, como Jaques Wagner, na Bahia. Se o quadro partidário brasileiro fosse mais binário, como nos EUA (Democratas x Republicanos), a vida do presidente seria mais fácil. Mas, aqui, o campo governista vai subdividir-se em mais de uma candidatura nos estados. Aí, Lula precisa manter-se neutro, em homenagem à aliança formada em torno de Dilma. Ainda assim, o PT pode conquistar um bom número de governos estaduais. Na própria Bahia, no Acre, em Sergipe, petistas são favoritos. Em estados maiores, a esquerda também pode ter bom desempenho. No Rio e no Espírito Santo, candidatos do PMDB (Sério Cabral e Ricardo Ferraço, respectivamente), devem vencer, apoiando Dilma e com um vice do PT.

Em Minas, há muitos candidatos lulistas – Hélio Costa, do PMDB, Patrus Ananias e Fernando Pimentel, do PT. Diante do impasse entre os nomes, pode-se optar pelo vice-presidente, José Alencar, que unificaria os partidos alinhados com Lula. De qualquer forma, o candidato do PSDB deve crescer muito, puxado por Aécio. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro está na frente nas pesquisas, mas terá dificuldade para formar maioria no segundo turno. Além disso, o PT gaucho, principal partido de oposição à Yeda, enfrenta grande dificuldade para atrair outras legendas para sua chapa. O mesmo acontece com Ana Julia, no Pará, apesar de o PT paraense estar no Governo. No DF, o Mensalão do Arruda favorece muito a chapa petista. Em São Paulo, as enchentes e o aumento na criminalidade também favorecem a esquerda, apesar do conservadorismo do eleitorado e da grande aliança formada em torno de Alckmin, que já conta com PMDB, DEM, PTB etc.

A esquerda (hoje, com Lula) consegue maioria no Brasil reunindo, principalmente, sociedade civil organizada – centrais sindicais, representações de categorias trabalhistas, lideranças comunitárias, entidades sociais etc. – e também as classes mais pobres – D e E, e nova classe média – diretamente beneficiadas pelas políticas públicas do Governo. Claro que Lula tem respaldo, maior ou menor, em praticamente todas as classes, todas as regiões, e todos os segmentos da sociedade brasileira. De fato, um maior número de empresários, agricultores, profissionais liberais, aproximaram-se e até se filiaram-se ao PT, nos últimos anos, mudando o perfil do partido. De qualquer forma a classe média tradicional (ou média – alta), na sua maioria, ainda tem forte resistência ao PT e não é contemplada pelo discurso político da esquerda. Creio que o desafio dos petistas e aliados é formular um discurso que consiga manter os segmentos da sociedade dos quais já têm simpatia e, ao mesmo tempo, atrair a classe média mais conservadora. Até porque, estamos construindo um país em que esta classe média será, cada vez mais, majoritária.

4 comentários:

  1. E agora, com a prisão do Arruda? Quais serãos os planos do DEM para vencer a chapa petista? rs

    E, pelo que li em alguns blogs, o PT no Pará não anda lá tão bem para as eleições, pelo menos por enquanto. Resta ver o que acontece nos próximos meses.

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  2. Fico pensando, cá c/ meus bottons, sobre 2 coisas q ainda vao dar MUITO pano prá manga no cenário político do Brasil.

    1 - maldita imprensalao, essa q tá se fazendo o diabo prá suvizar o CHULÉDUTO, vai qerer "trabalhar" dobrado, qdo se der o tal julgamento do caso de cx 2 do PT.

    2 - mas aí, a porca vai torcer o rabo, sem remédio. Lula, numa recente entrevista a o babaca do Keneddy Melencar, mal se controlaou qdo o assunto foi o "mensalao do PT".
    Em palavras claras, ele disse q nao poderia se manifestar qgora, por ser o Presidente. Mas, as coisas serao outras, muito outras qdo ele deixar o cargo, e ... segundo ele, terá muito o q falar.

    O MENSALAO ERA O PRÓPRIO GOLPE!
    (palavras do próprio Lula)

    Inté,
    Murilo

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  3. Qer rir 1 pouco?

    Recebí e repasso:

    1. Se a São Silvestre fosse em janeiro, o Cesar Cielo ia humilhar!
    2. Depois do Airbag, os coletes salva vidas são os opcionais mais importantes nos carros de Sao Paulo.
    3. O melhor serviço de entrega em SP é dos carros-anfíbios.
    4. Ninguém passa fome em São Paulo, Bolinho de chuva é o que não falta.
    5. Quem acha que a água do mundo está acabando não mora em SP.
    6. Bob Esponja pra Lula Molusca: “Bora pra Sao Paulo!!Da atè pra gente ir no Shopping!!
    7. Moisés precisamos de você em Sampa!!
    8. O passeio ciclístico de hoje foi feito de pedalinho
    9. Agora SP inteira tem casa com vista para o mar.
    10. Tá chovendo tanto em Sampa que esperei o Pica-Pau para descer a Rebouças de barril!
    11. Fagner para José Serra: “Quem dera ser um peixe para em teu "límpido aquário" mergulhar..
    12. O Governo Federal está lançando o balsa-família em alguns bairros.
    13. O Kassab tá trocando o bilhete Único pelo bilhete Úmido!!!
    14. Ah, adoro essa cidade, mesmo molhada!!! he he

    Inté,
    Murilo

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  4. Crápula,
    O que podemos dizer?
    Quem viver verá!
    abraços,
    Jota

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