Polícia Federal no Governo Lula
Li no Diário do Pará de 27 de julho de 2009, mas a coluna é daquelas publicadas em jornais do país inteiro: “‘O Lula tomou lambada como ninguém, mas não há quem possa reclamar que faltaram condições para a polícia trabalhar no governo dele’. A declaração é do presidente da barulhenta Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink. Lula se distingue dos antecessores por liberar os recursos necessários e ter deixado a PF trabalhar livre de ingerências comuns em outros governos. Quando assumiu, o orçamento da PF, que era de R$ 1,8 bilhão, foi engordando e hoje é quase o triplo. É o único governante que teve um irmão (Vavá), um filho (Lulinha) e os companheiros petistas na mira da PF, mas não se intrometeu no órgão. [...] Em boa parte, diga-se, porque a PF amadureceu e conseguiu blindar as investigações. Wink não é um fã de Lula ou do PT. Diz, no entanto, que é razoável reconhecer que, se quisesse engessar a polícia, o Planalto teria cortado os recursos. Em governos anteriores a penúria era tão grande que os próprios policiais se viam forçados a desembolsar o dinheiro da gasolina para fazer a viatura rodar ou delegacias serem despejadas por não pagar aluguel”. Nada que a gente já não soubesse, mas nem quem não tem simpatia pelo governo pode negar: com o Gov. Lula, o Brasil avança no combate a corrupção.
Ainda sobre Lina Vieira e a desconstrução de Dilma
Sobre a celeuma envolvendo a ex-secretária da RF, o texto “Um mundo cheio de Linas e Tapiocas”, de Maria Inês Nassif, do Valor Econômico, foi preciso. Dentre outras coisas, Maria Inês diz: “pelo padrão do que tem sido a disputa política nos últimos sete anos, desde a posse de Lula, presume-se que, daqui até as eleições do ano que vem, as tapiocas se repetirão, numa mesma técnica: denuncia-se, o fato denunciado é alimentado por pequenos detalhes enquanto for possível, convoca-se comissões e acareações e o clima chega (pelo menos institucionalmente) ao limite da tensão”. Foi mais ou menos o que a Senadora Ideli Salvatti quis dizer com “é da unha do pé da galinha que estão fazendo a canja”. Sobre o episódio do Currículo Lattes de Dilma, lembro que o Jô Soares chegou a questionar as suas meninas, se não estavam fazendo tempestade num copo d’água. Ana Maria Tahan, editora-chefa do Jornal do Brasil, respondeu que a Dilma é candidata à presidência, logo a mídia tem que ficar em cima, e ir pegando aquilo que aprece! Não importa se é grave ou não. Vá lá! O problema é que metem os pés pelas mãos, invertem as coisas, omitem aspectos relevantes, tudo para manter este clima de tensão que a Maria Inês citou, tudo para fazer a disputa política e desgastar o governo. Aí vemos histórias gravemente distorcidas, e não vemos esta mesma postura combativa dos jornalistas diante do presidenciável do outro lado, o José Serra. Fica feio!
Pesquisas e previsões para 2010
Deu no Blog do Lauro Jardim que o Vox Populi fez uma pesquisa que traz duas informações relevantes. A primeira é que quase 50% dos eleitores ainda não sabem que Dilma é a candidata de Lula. A segunda: 25% dos brasileiros dizem que votariam num candidato indicado pelo presidente. E outros 44% responderam “talvez” quando perguntados sobre o assunto. E não é brincadeira o que tem de analista dizendo que a Dilma, com os 16% de intenções de voto que tem hoje, pode já ter atingido seu teto, que o Lula já transferiu o que tinha pra transferir, agora é a própria candidata que vai ter que mostrar serviço. Cristiana Lôbo, Kennedy Alencar, dentre vários outros, já fizeram este raciocínio. Como os jornalistas precisam vender a idéia de que o Lula está cometendo crime eleitoral, fazendo campanha antecipada pra Dilma, eles partem do pressuposto de que todo e qualquer brasileiro já sabe que a Ministra é a candidata petista à sucessão de 2010. Repetem tanto, que acabam acreditando. Na verdade, poucos brasileiros – apenas aqueles que têm maior interesse pelo noticiário político – sabem quem é a candidata do Lula. A grande maioria da população, ou não sabe, ou já ouviu falar, mas não tem certeza. A gente só vai conhecer o verdadeiro potencial da candidatura Dilma, quando, no horário eleitoral de 2010, o próprio Lula comunicar à população quem é a sua candidata e porque ela foi escolhida, por ele próprio. É perfeitamente natural que a Dilma não cresça nas pesquisas desde já. Aliás, o impressionante é ela já ter 16%, só com um aceno do presidente.
Dorothy Stang
Li no Diário do Pará de 27 de julho de 2009, mas a coluna é daquelas publicadas em jornais do país inteiro: “‘O Lula tomou lambada como ninguém, mas não há quem possa reclamar que faltaram condições para a polícia trabalhar no governo dele’. A declaração é do presidente da barulhenta Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink. Lula se distingue dos antecessores por liberar os recursos necessários e ter deixado a PF trabalhar livre de ingerências comuns em outros governos. Quando assumiu, o orçamento da PF, que era de R$ 1,8 bilhão, foi engordando e hoje é quase o triplo. É o único governante que teve um irmão (Vavá), um filho (Lulinha) e os companheiros petistas na mira da PF, mas não se intrometeu no órgão. [...] Em boa parte, diga-se, porque a PF amadureceu e conseguiu blindar as investigações. Wink não é um fã de Lula ou do PT. Diz, no entanto, que é razoável reconhecer que, se quisesse engessar a polícia, o Planalto teria cortado os recursos. Em governos anteriores a penúria era tão grande que os próprios policiais se viam forçados a desembolsar o dinheiro da gasolina para fazer a viatura rodar ou delegacias serem despejadas por não pagar aluguel”. Nada que a gente já não soubesse, mas nem quem não tem simpatia pelo governo pode negar: com o Gov. Lula, o Brasil avança no combate a corrupção.
Ainda sobre Lina Vieira e a desconstrução de Dilma
Sobre a celeuma envolvendo a ex-secretária da RF, o texto “Um mundo cheio de Linas e Tapiocas”, de Maria Inês Nassif, do Valor Econômico, foi preciso. Dentre outras coisas, Maria Inês diz: “pelo padrão do que tem sido a disputa política nos últimos sete anos, desde a posse de Lula, presume-se que, daqui até as eleições do ano que vem, as tapiocas se repetirão, numa mesma técnica: denuncia-se, o fato denunciado é alimentado por pequenos detalhes enquanto for possível, convoca-se comissões e acareações e o clima chega (pelo menos institucionalmente) ao limite da tensão”. Foi mais ou menos o que a Senadora Ideli Salvatti quis dizer com “é da unha do pé da galinha que estão fazendo a canja”. Sobre o episódio do Currículo Lattes de Dilma, lembro que o Jô Soares chegou a questionar as suas meninas, se não estavam fazendo tempestade num copo d’água. Ana Maria Tahan, editora-chefa do Jornal do Brasil, respondeu que a Dilma é candidata à presidência, logo a mídia tem que ficar em cima, e ir pegando aquilo que aprece! Não importa se é grave ou não. Vá lá! O problema é que metem os pés pelas mãos, invertem as coisas, omitem aspectos relevantes, tudo para manter este clima de tensão que a Maria Inês citou, tudo para fazer a disputa política e desgastar o governo. Aí vemos histórias gravemente distorcidas, e não vemos esta mesma postura combativa dos jornalistas diante do presidenciável do outro lado, o José Serra. Fica feio!
Pesquisas e previsões para 2010
Deu no Blog do Lauro Jardim que o Vox Populi fez uma pesquisa que traz duas informações relevantes. A primeira é que quase 50% dos eleitores ainda não sabem que Dilma é a candidata de Lula. A segunda: 25% dos brasileiros dizem que votariam num candidato indicado pelo presidente. E outros 44% responderam “talvez” quando perguntados sobre o assunto. E não é brincadeira o que tem de analista dizendo que a Dilma, com os 16% de intenções de voto que tem hoje, pode já ter atingido seu teto, que o Lula já transferiu o que tinha pra transferir, agora é a própria candidata que vai ter que mostrar serviço. Cristiana Lôbo, Kennedy Alencar, dentre vários outros, já fizeram este raciocínio. Como os jornalistas precisam vender a idéia de que o Lula está cometendo crime eleitoral, fazendo campanha antecipada pra Dilma, eles partem do pressuposto de que todo e qualquer brasileiro já sabe que a Ministra é a candidata petista à sucessão de 2010. Repetem tanto, que acabam acreditando. Na verdade, poucos brasileiros – apenas aqueles que têm maior interesse pelo noticiário político – sabem quem é a candidata do Lula. A grande maioria da população, ou não sabe, ou já ouviu falar, mas não tem certeza. A gente só vai conhecer o verdadeiro potencial da candidatura Dilma, quando, no horário eleitoral de 2010, o próprio Lula comunicar à população quem é a sua candidata e porque ela foi escolhida, por ele próprio. É perfeitamente natural que a Dilma não cresça nas pesquisas desde já. Aliás, o impressionante é ela já ter 16%, só com um aceno do presidente.
Dorothy Stang
O Discovery Channel exibiu o documentário Mataram Irmã Dorothy (2008), dirigido por Daniel Junge e com a narração de Wagner Moura. O documentário fala sobre as circunstâncias em que ocorreu o assassinato da freira católica de 73 anos, na Amazônia, em 2005. O advogado de defesa do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Souza é um homem de aparência repugnante, e caráter ainda pior. A linha da argumentação da defesa, naquilo que poucas palavras permitem, consistia em mostrar que a freira foi vítima da violência que ela própria havia trazido para a região amazônica, na medida em que sua atuação atrapalhava uma atividade produtiva. Atividade esta que, como todos nós sabemos, é inconseqüente, ambientalmente destrutiva e criminosa. O advogado de defesa afirma ainda que Dorothy estava contaminada pelo DNA imperialista dos americanos, e que ela era uma agente enviada pelo Governo norte-americano. É inacreditável o nível a que o advogado desce, para ganhar seu dinheiro. A irmã, por sua vez, nas imagens anteriores ao crime, parecia certa de que ia morrer, e ainda assim continuou sua luta. Ameaças de morte ela já recebia há décadas. Poucos dias antes de ser assassinada, ela confessou ao irmão, por telefone, que pela primeira vez estava realmente com medo. A sensação é a de que Dorothy Stang estava pronta para o sacrifício que fosse necessário. Pois, nas palavras dela própria, “quando um cai, mil levantam-se”.
Podes incluir no drops desse mês a criação do Blog do Planalto:
ResponderExcluirhttp://blog.planalto.gov.br/
Já deste uma olhada?
Dna imperalista dos americanos...
ResponderExcluirCômico, se não fosse trágico
Oi Ruan,
ResponderExcluirQuando você me mandou o link do seu blog, eu tava tão stressada que não tive tempo de lê-lo com cuidado. Hoje dei uma passada e, apesar de não concordar com algumas coisas, fiquei impressionada com o volume de informações que você vem coletando e com a seriedade com que os temas são tratados.
Acho que tem um pesquisador de Comunicação e Política, pedindo pra surgir, né não?
Beijos,
Emília (Facom)
Oi Ruan,
ResponderExcluirQuando você me mandou o link do seu blog, eu tava tão stressada que não tive tempo de lê-lo com cuidado. Hoje dei uma passada e, apesar de não concordar com algumas coisas, fiquei impressionada com o volume de informações que você vem coletando e com a seriedade com que os temas são tratados.
Acho que tem um pesquisador de Comunicação e Política, pedindo pra surgir, né não?
Beijos,
Emília (Facom)
Para mim a questão não é se houve ou não o encontro. Este é um exemplo de uma não-notícia. Vamos lá:
ResponderExcluir1) Houve o encontro e o pedido. O pedido de aceleração não caracteriza crime. Apenas uma situação que não há como você prolongar uma situação indefinidamente sem dar uma solução final.
2)Houve o encontro e o pedido. O pedido era para livrar a cara dos Sarneys. Há um crime e a secretária não denunciou e compactou com um crime. A situação dela se complica e muito
3) Não houve o encontro. Idem a situação anterior.
Isso não é juízo de ter ou não havido o encontro. Mas faltou fazer uma pergunta básica:
QUAL A AÇÃO TOMADA PELA SECRETÁRIA A PARTIR DO PEDIDO? Mas essa pergunta ninguém fez
Chocante o documentário sobre a morte da Irmã Dorothy. É vergonhoso o que acontece no interior da Amazônia.
ResponderExcluirValeu pela dica.