sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Drops - Janeiro

Jabor é mais tucano que boa parte dos tucanos.

Em sua coluna no Jornal da Globo do dia 17 deste mês, Arnaldo Jabor afirmou que o Brasil surfou na “bolha do bem”, e agora podemos “levar caldo da bolha do mal”. Aquele velho discurso tucano do céu de brigadeiro, exaustivamente repetido por Alckmin nas eleições de 2006, sem sucesso. Um discurso que consiste em retirar todo o mérito deste Governo no bom momento vivido pelo Brasil e atribuir tudo a uma “onda de bonança”, ou à sorte (?). Também faz parte deste discurso afirmar que Fernando Henrique deixou “tudo pronto”, e Lula apenas colhe o que já havia sido plantado, mas não ajuda em nada, e – na melhor das versões – pelo menos não atrapalha. Eis o Jabor que não me deixa mentir e segue em sua análise: “O saneamento que o governo passado fez na macroeconomia nos salvou bastante. Infelizmente este governo não aprofundou reforma alguma que enxugasse o Estado e nos fortalecesse para esta crise”. Entretanto, vejam que quase a totalidade dos economistas afirma que hoje o Brasil está preparado para a crise como nunca esteve. Em função das reservas cambiais, diversificação das relações comerciais, fortalecimento do mercado consumidor interno, equilíbrio fiscal, dentre outros. É estapafúrdio, ridículo, um fanatismo, dizer que este governo não trabalhou pelo bom momento do Brasil e para preparar-nos para crises. Por isso, muitos tucanos já admitem méritos de ambos os governos, petista e tucano. É que o Jabor é da ala mais ortodoxa...

Maitê, de novo ela.

Esta semana, novamente no Saia Justa, Maitê e suas companheiras de programa debatiam “mulheres no poder”. Mônica Waldvogel colocou que, muitas vezes, estas mulheres ficam presas entre a feminilidade e a rigidez necessária em cargos de chefia. Não demorou, e a jornalista citou o exemplo da Ministra Dilma Rousseff, que deve consolidar-se em 2009 como presidenciável. Pois bem, na seqüência Maitê Proença falou que se pergunta onde fica a feminilidade “daquilo”. Na opinião da atriz, a mulher, mesmo no poder, não deveria perder características típicas, como a doçura, a delicadeza. Márcia Tiburi, a filósofa do programa, contestou que essa figura feminina é muito mais uma construção do machismo, e que nem todas as mulheres precisam corresponder a esse padrão de gênero. Infelizmente, ainda não tenho como transcrever as palavras exatas da Saias, mas a síntese do debate foi esta. Claramente, 2010 já começou. Estou certo de que, assim como chamam o presidente Lula de cachaceiro, não vai demorar nada para achincalharem Dilma neste mesmo nível. Pelo simples fato de a Ministra representar a continuidade deste Governo. No caso, o machismo vai falar no Brasil como poucas vezes falou em nossa história. E, eu não tenho o menor resquício de dúvida, as formas mais agressivas deste machismo partirão de mulheres.

Para bons entendedores

Depois dos retoques plásticos, Dilma apareceu no Giro das Estrelas do Hoje em Dia. A Ministra foi muito elogiada pelas mudanças, não apenas pela Cris Flores – que apresenta o quadro – mas, Brito Jr., Ana e Edu também intervieram para elogiar a Chefe da Casa Civil. Atualmente, o maior desafio de Dilma é tornar-se mais conhecida. Nada melhor que aparecer em um programa de perfil popular que fica freqüentemente em primeiro lugar de audiência. Percebamos ainda, a contratação de Luís Carlos Azenha, um jornalista que sempre questiona a partidarização da grande mídia, da qual eu não vejo os telejornais da Record participando. Há um espaço a ser preenchido por uma emissora menos hostil ao Governo. Na parte de entretenimento, uma das maiores apostas da Record é o programa Ídolos, que eles tiraram do SBT. Este formato é o líder inconteste nos EUA, e faz grande sucesso em vários países como Inglaterra e Austrália. Falta estourar no Brasil. O Banco do Brasil, um dos canais do Governo para investimento direto em empresas, está patrocinando o Ídolos da Record. E, tecnicamente falando, nem seria o programa mais adequado ao BB, por ser voltado a um publico adolescente. Parece que buscar uma emissora em crescimento é melhor do que esperar a consolidação de uma TV pública. E, de fato, alguém precisa destoar.

3 comentários:

  1. Ei Crápula, difícil ofício o seu de ouvir Jabour e Maitê. Mas você está coberto de razão quanto ao matinal da Record.

    ResponderExcluir
  2. Excelente ! Sem surpresa são funcionários da Globo, se perderem o emprego vão pra onde? Lamento bastante você ter ver e ler tanta babaquice. As "meninas cincoentonas" do saia justa são idiotizadas, cansativas com abordagem sem nenhum conteudo.Fazem caras e bocas e se julgam o máximo. Affffffff, me POUPE !

    ResponderExcluir
  3. Círculo vicioso danado esse...em que machistas (de saias e calças) dessa e de outras gerações foram alfabetizados na cartilha originalmente machista de suas mães. Maitê é só a ponta do iceberg.
    Abs,
    Luana

    ResponderExcluir