No Morro da Providência, Rio de Janeiro, 3 jovens foram torturados e assassinados com tiros à queima roupa (46 ao todo). Segundo nota oficial, tropas do exército fizeram a detenção dos rapazes por serem “suspeitos e terem desacatado militares de serviço”. O tenente Vinícius Ghidetti, preocupado com a repercussão do caso junto à tropa, recusou-se a liberar os detidos e pensou em “aplicar um pequeno castigo”. Os jovens foram entregues aos traficantes pelo tenente. Foi a sentença de morte dos garotos. O Ministério Público Militar pediu à Justiça a prisão de 4 dos 11 militares acusados. É estarrecedor que integrantes das forças armadas tenham este tipo de relação e proximidade com o crime organizado. Ainda que este tenente não esperasse que os rapazes fossem executados, nada daria a ele o direito de condenar ou aplicar qualquer castigo a estes jovens. Que tipo de mente doentia, sádica brinca com vidas desta maneira?
Vamos esperar que estes militares sejam minoritários Eu não quero crer que este seja o perfil dos oficiais formados pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). As tropas estão presentes no Morro para executar as obras de engenharia e fazer a proteção do projeto Cimento Social, do Senador Marcelo Crivella, candidato à prefeitura do Rio de Janeiro este ano. O trágico episódio deve provocar um debate maior: será que as forças armadas devem atuar em questões de segurança pública relativas a conflitos urbanos? Os militares desenvolvem trabalhos imprescindíveis na Floresta Amazônica, em comunidades distantes, nas fronteiras do país, em construções de pontes, estradas, obras de grande porte etc. Estes trabalhos são de interesse nacional, suprapartidários, e devem continuar. O caso do Cimento Social é diferente, é de autoria de um Senador específico, integrante da base aliada do Governo Federal. E agora fica a dúvida: será que o exército seria acionado em um projeto elaborado por um Senador da oposição?
Este tipo de especulação deve passar a milhas de distância dos militares, aliás, de qualquer instituição republicana. Eu não acho que o Senador que idealizou o projeto seja em alguma medida responsável pelas mortes. Ninguém poderia esperar que um tenente do exército fosse proceder desta maneira. Mas qualquer envolvimento político-partidário não é saudável e vulgariza o papel das forças armadas. Só isso já seria motivo suficiente para não permitir a presença dos militares nestas obras. Mas este não é o único problema. O risco gerado por missões que levem à presença do exército nas favelas está na possibilidade de o crime organizado corromper até mesmo as forças armadas. Os militares não foram preparados para estas questões de segurança urbana (a não ser em casos extremamente graves: estado de sítio, intervenção federal e coisas do gênero). De maneira geral, a solução para a segurança pública não passa pelas forças armadas.
Aliás, estabelecer segurança pública não passa por nenhum tipo de enfrentamento, passa pela prevenção, fazendo o Estado chegar às periferias, gerando oportunidades. A repressão é secundária e só funcionará quando forem eliminados os braços do crime nas instituições oficiais. Enquanto existir a banda podre da polícia (e a cada levantamento descobre-se que ela é maior do que podíamos supor), será impossível fazer qualquer coisa contra o tráfico. As instituições de segurança pública precisam sofrer uma verdadeira REVOLUÇÃO. As questões locais deveriam ser atendidas por uma polícia municipal, com estrutura organizacional totalmente nova e que trabalhe em conjunto com a política estadual. A propósito: de que adianta duas forças policiais, Civil e Militar, totalmente desconexas, refratárias e corrompidas? As polícias estaduais precisam ser unificadas. Só uma polícia bem equipada, bem remunerada, inteligente, transparente, HONESTA e integrada será capaz de combater o crime.
Vamos esperar que estes militares sejam minoritários Eu não quero crer que este seja o perfil dos oficiais formados pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). As tropas estão presentes no Morro para executar as obras de engenharia e fazer a proteção do projeto Cimento Social, do Senador Marcelo Crivella, candidato à prefeitura do Rio de Janeiro este ano. O trágico episódio deve provocar um debate maior: será que as forças armadas devem atuar em questões de segurança pública relativas a conflitos urbanos? Os militares desenvolvem trabalhos imprescindíveis na Floresta Amazônica, em comunidades distantes, nas fronteiras do país, em construções de pontes, estradas, obras de grande porte etc. Estes trabalhos são de interesse nacional, suprapartidários, e devem continuar. O caso do Cimento Social é diferente, é de autoria de um Senador específico, integrante da base aliada do Governo Federal. E agora fica a dúvida: será que o exército seria acionado em um projeto elaborado por um Senador da oposição?
Este tipo de especulação deve passar a milhas de distância dos militares, aliás, de qualquer instituição republicana. Eu não acho que o Senador que idealizou o projeto seja em alguma medida responsável pelas mortes. Ninguém poderia esperar que um tenente do exército fosse proceder desta maneira. Mas qualquer envolvimento político-partidário não é saudável e vulgariza o papel das forças armadas. Só isso já seria motivo suficiente para não permitir a presença dos militares nestas obras. Mas este não é o único problema. O risco gerado por missões que levem à presença do exército nas favelas está na possibilidade de o crime organizado corromper até mesmo as forças armadas. Os militares não foram preparados para estas questões de segurança urbana (a não ser em casos extremamente graves: estado de sítio, intervenção federal e coisas do gênero). De maneira geral, a solução para a segurança pública não passa pelas forças armadas.
Aliás, estabelecer segurança pública não passa por nenhum tipo de enfrentamento, passa pela prevenção, fazendo o Estado chegar às periferias, gerando oportunidades. A repressão é secundária e só funcionará quando forem eliminados os braços do crime nas instituições oficiais. Enquanto existir a banda podre da polícia (e a cada levantamento descobre-se que ela é maior do que podíamos supor), será impossível fazer qualquer coisa contra o tráfico. As instituições de segurança pública precisam sofrer uma verdadeira REVOLUÇÃO. As questões locais deveriam ser atendidas por uma polícia municipal, com estrutura organizacional totalmente nova e que trabalhe em conjunto com a política estadual. A propósito: de que adianta duas forças policiais, Civil e Militar, totalmente desconexas, refratárias e corrompidas? As polícias estaduais precisam ser unificadas. Só uma polícia bem equipada, bem remunerada, inteligente, transparente, HONESTA e integrada será capaz de combater o crime.
Kara, missão impossível é defender a Amazônia...pode ter certeza disso
ResponderExcluirO Rio é apenas uma demosntração...
Missão impossível é ver uma policia, seja militar, civil, exercito, seria, trabalhando realmente para segurança da população sem se corromper.
ResponderExcluirGostei muito dessa postagem!
abç..
Bem, muitas coisas se passaram pela minha cabeça desde que isto aconteceu.
ResponderExcluirA principal: o país não tem mais solução. Todos os poderes, em todos os níveis estão corrompidos.
Outra coisa! Não que justifique o acontecido, mas sempre que um caso semelhante vem à tona, a vítima nunca era de verdade traficante ou tinha envolvimento. Estranho! Sao sempre inocentes! É de se pensar...
Ainda mais uma: Tenho que confessar que sou dada à teorias de conspiração. Acho muito difícil que um oficial, qualquer que seja seu posto, faça um serviço desse sem que esteja levando muito dinheiro. Eles saberiam matar e dar sumiço nessas pessoas facilmente.
Não seria interessante levar uma grana muuuuito boa em troca de um favorzinho atoa? Arruma-se um bom motivo para as forças serem removidas da favela e todo mundo sai ganhando.
Não me espanta nem o fato deles terem envolvimento com o tráfico, no sentido de conhecer o traficante. Isso é inerente à condição em que estavam.
Missão impossivel é nossa policia comum nao ter equipamento e treinamento que é preciso chamar o exercito para proteger o Rio. Ruim com eles pior sem eles, que situação a nossa
ResponderExcluirÉ bem como você disse. Eles são preparados para atuarem na fronteira ou em outras situações que não exijam poder de polícia.
ResponderExcluirQuando acontece casos assim, não sabem como agir e acabam fazendo merda.
Percebe-se que o nosso exército não está totalmente preparado para agir com esses poderes.
abraço
Cara, o que realmente parece ser uma missão impossível é abrir os jornais e não se indignar com pelo menos uma dezena de notícias...Tá f...
ResponderExcluirAbs!
Grilo pensante,
ResponderExcluirdefender a Amazônia é algo extremamente complexo, mas é atribuição do exército. No caso do Cimento Social, eu acho que há uma desvirtuação das funções militares.
Rosângela,
que bom que você gostou. Volte sempre! Realmente, é difícil acreditar na honestidade das instituições. Mas só será impossível no dia em que perdermos a esperança!
Autora,
eu não acho que o que você falou seja Teoria da Conspiração. Talvez seja a mais lúcida das teorias...
Caio,
ResponderExcluirvocê tem razão quando diz que a polícia não tem os recursos necessários para proteger o Rio (aliás, isso acontece em vários lugares). Mas no momento em que o exército é acionado para exercer um papel que é dos Governos, há uma inversão de valores. A solução não é decretar a incompetência do Estado, nem usar as forças militares como tapa-buraco. A solução é renovar a estrutura organizacional da segurança pública.
Rafael,
também acho que é bem por aí... Peixes fora d'água.
Carlos Soton,
pois é, complicado! Cabe a gente fazer os debates e cobrar melhorias.
Impossivel vai ser o Brasil sobreviver a esta ditadura comunista instaurada pela faccção criminosa chamada PT se as nossa forças armadas nao tomarem o poder e extirparem essa facção criminosa que corrompe todas as instituições em todas as esferas e esta levando o Brasil a bancarrota. O resto é cortina de fumaça para distrair a população do verdadeiro problema.
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