Ano passado foi o meu maior trauma: saí com meus amigos no dia 23, cheguei na manhã do dia 24. Resolvi dormir a dia 24 inteiro, acordar só para a comemoração. Naquele ano, além de todos os preparativos habituais, havia uma mini-reforma em casa. Os últimos acabamentos. Barulho de furadeira! Não era constante e forte. Era de tempo em tempo, breve. Evitar que uma pessoa durma quando ela está morrendo de sono poderia ser adotado como prática de tortura! De volta para 2007: tomei o café e sigo para o quarto disposto a dormir MUITO! No caminho, ainda na sala, eu ouço meu pai “quanto custa um pacote de balão?”. Minha mãe “Ah, é muito barato! Uns R$1,50 ou R$2,00. Vende aqui perto.” Imediatamente eu constatei “To ferrado!”. Não sei cozinhar nem um ovo, nunca tive vocação parra arrumadeira, mas qualquer energúmeno consegue encher um balão. Sem problema! Passo a chave no quarto, me jogo embaixo do edredom e durmo até o primeiro convidado chegar.
O sono realmente não veio. Mas era só eu ficar quietinho, deitado, sem fazer barulho! Tudo ia dar certo! Jovem gafanhoto...Não demorou muito para meu pai bater na porta do quarto. Ele nem precisou falar nada. Fui logo perguntando onde estavam os balões. Logo vi, em cima da mesa da sala. 3 pacotes. Meus irmãos fazendo corpo mole para não participar da decoração natalina (não sei com quem eles aprendem essas coisas!). Não por isso! Peguei um pacote, voltei para o meu quarto e comecei a encher sozinho! Só depois que eu terminei com o primeiro pacote que eles (pai, irmão e irmã) começaram com os dois restantes. Sorrateiro, eu peguei vários dos balões que eles ainda tinham e também enchi rapidamente. De repente eu me senti disposto a ajudar? Não se enganem! Eu já tinha maquinado um plano maligno. Foi aí que eu propus (ou melhor, impus) o trato: já que eu tinha enchido a maioria dos balões, eles teriam que amarrar e pendurar tudo sozinhos! Eles não toparam, mas não deixei muita escolha.
Volto para o meu quarto com a consciência tranqüila, sabendo que já tinha dado a minha cota de contribuição. Poucos minutos depois: toc toc toc. O que agora? A irmã se faz de lesa e não consegue amarrar os balões e o irmão saiu! Como assim, saiu?! “Foi comprar um negócio ali”. Justamente na hora de cumprir com a parte dele do trato?! Muito conveniente! Eu, que já tinha enchido a maior parte dos balões, agora tinha que amarrar também! Tem cabimento? Algum tempo depois o meliante chega, e eu reparei que não tinha nenhuma compra nas mãos! Nessas alturas a menina já tinha se bandeado para a cozinha com a desculpa de que ia “ajudar com os pratos”. Un hum! Sei! E o meu velho pai? Não deveria ser o árbitro dos acordos e coordenador de todas as atividades?! Pois o velho me passou a perna! Com a desculpa de que eu era o mais “competente”, fez eu trabalhar sozinho! Ano que vem não caio mais nessa!
Ah, sim! No final, a decoração ficou horrível! Os arranjos ficaram espalhados sem nenhuma harmonia e tinha quase um metro de distância entre cada balão. Muito feio realmente! Aliás, qual a graça de ter dezenas de bolas de ar espalhadas pelo teto? Deu um trabalho do cão (pra mim, pelo menos), ficou a maior sujeira depois com os pedaços de balões estourados espalhados pelo chão e ainda deixou o pátio com um aspecto de trabalho mal feito. Pode ter custado só R$ 2,00 cada pacote, mas a relação custo / benefício dessa idéia foi negativa. Parece que o primogênito não é tão “competente” assim. Bom, que isso fique registrado para 2008! O reveillon, a gente vai comemorar na praia. Graças a Deus! Acredito que ninguém vai inventar de espalhar balões pelas barraquinhas da orla... Se vocês perguntarem “o dia foi completamente inútil?”, eu respondo: “de jeito nenhum!”. Eu não tinha nada pra postar no blog esta semana. Recebi limões e fiz uma limonada! É isso que eu chamo de espírito natalino! Agora, com licença, preciso me arrumar antes que a parentada chegue. Boas Festas!
Crápula Mor